Ficar desempregado pode não ser uma preocupação para o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Isto porque, logo após o rompimento do ex-magistrado com o governo de Jair Bolsonaro, o governador Wilson Witzel não perdeu tempo e fez, publicamente, convite para que Moro integre sua equipe no Executivo Fluminense.
“Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o juíz federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa Excelência, tem carta branca, sempre”, disse Witzel, em seu perfil oficial em uma rede social.
Ainda não há nenhuma indicação de que Moro aceitará o convite. No entanto, o ex-ministro e o governador têm muito em comum.
Os dois abandonaram a magistratura para ocupar cargos eletivos. Para além disso, ambos foram profundos entusiastas do então candidato Jair Bolsonaro, em 2018, quando colaboraram diretamente para sua eleição.
Moro, inclusive, contribuiu para que Bolsonaro fosse eleito, retirando qualquer possibilidade do ex-presidente Lula – que liderava as pesquisas de votos à época – concorrer ao pleito, mantendo-o em cárcere em Curitiba, por meio da Operação Lava Jato.
Agora, na mais recente das similaridades, ambos figuram na lista de inimigos do Palácio do Planalto.
Magistrados alvos de busca
O MP-RJ e a Corregedoria-Geral do TJ realizaram, nesta sexta (24), a Operação Erga Omnes, para cumprir 22 mandatos de busca e apreensão na residência de dois juízes estaduais e em mais 19 endereços, entre residências, empresas e escritórios de advocacia, envolvendo outros 16 alvos. Os mandados de busca foram deferidos em procedimentos investigatórios sigilosos em curso no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, que objetivam apurar a prática de delitos atribuídos aos magistrados.