Foi eleito para comandar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelos próximos dois anos, o deputado Rodrigo Bacellar (PL). A eleição aconteceu na quinta-feira (2), um dia depois dos 70 deputados tomarem posse no Palácio Tiradentes. Bacellar foi eleito com 56 votos, mas ainda tiveram 13 abstenções e uma ausência. Entre os 12 parlamentares que compõem a nova Mesa Diretora, o número de mulheres mais que dobrou, passando de duas para cinco integrantes.
A sessão de posse, que aconteceu no dia 1 de fevereiro, foi presidida pelo deputado Carlos Minc, que inicia seu 10º mandato. Entre as autoridades presentes, estavam o governador Cláudio Castro (PL) e o vice Thiago Pampolha (União).
Em seu discurso, o governador disse que contará com o apoio de cada deputado empossado para trabalhar de forma conjunta pelo estado do Rio. Ele também pediu um minuto de silêncio em homenagem aos ex-deputados Gil Vianna e João Peixoto, que faleceram em decorrência da Covid-19, na última Legislatura.
“Reforço minha disposição e empenho em dialogar com todos os partidos, de qualquer espectro político-partidário. O momento atual pede que nós encontremos uns nos outros o que temos em comum, que nos une, o nosso compromisso público e dever ético perante ao povo do Rio”, disse Castro.
Em outro momento, ele completou dizendo que “quando Executivo e Legislativo estão organizados e atuam em sintonia, os desafios se tornam menores. A população sempre é a maior beneficiária do entrosamento entre os Poderes”, afirmou.
A nova legislatura pode demonstrar um momento diferente do qual o estado vive, já que teve uma renovação de 45,7% de suas cadeiras. São 32 novos parlamentares e 38 reeleitos. As mulheres também foram representadas nessa mudança e totalizam 21,4% dos parlamentares. Outras diferenças também são registradas, como a diversidade. Dani Balbi (PCdoB) é a primeira deputada transexual a ter mandato na Alerj, já Índia Armelau (PL), se autodeclara indígena, e ainda Elika Takimoto (PT), autodeclarada asiática. Dos 70 deputados, 24 não se consideram brancos, ou seja, 34,2% do total.
Mesa diretora
A eleição para a Mesa Diretora da Assembleia foi uma verdadeira montanha-russa, teve reviravolta para disputa da presidência e até a Justiça foi acionada para decidir se o voto seria aberto ou secreto.
Tudo começou com a candidatura à presidência do deputado Rodrigo Bacellar, que teve o apoio do governador Cláudio Castro. A chapa seria única, se poucos dias antes da eleição o deputado Jair Bittencourt não tivesse anunciado que também seria candidato à presidência da Mesa. A disputa não causaria estranheza, se ambos não fossem do mesmo partido, o PL, e ainda fizessem parte do Executivo estadual – Bacellar é secretário Estadual de Governo e Bittencourt responde pela pasta da Agricultura.
Poucas horas antes da eleição do dia 2, Jair retirou a candidatura, ficando apenas Bacellar para ser eleito ao cargo. Mas outro ponto também causou imbróglio. A Justiça foi acionada pelo deputado Filipe Poubel (PL) e decidiu que a votação deveria ser secreta, por isso, a sessão foi até iniciada desta forma, mas no decorrer dos trabalhos, o deputado Carlos Minc disse que a decisão havia caído e a votação foi feita aberta e nominal.
O presidente eleito reiterou que apesar do bom relacionamento com o governador, trabalhará com isonomia no Legislativo. “A partir deste momento, não há mais aqueles que me apoiaram, aqueles que criticaram ou aqueles que se abstiveram. O Brasil de hoje precisa de paz; o Rio do amanhã, de união. Democracia também requer isonomia. Assim, o que um deputado tiver, o outro também terá. O princípio de igualdade é fator determinante na minha condução. A eleição da chapa acabou neste momento. Vamos abaixar às guardas”, destacou Bacellar.
A Mesa Diretora ficou composta da seguinte forma:
1º vice-presidente – Brazão (União);
2º vice-presidente – Tia Ju (REP);
3º vice-presidente – Zeidan (PT);
4º vice-presidente – Célia Jordão (PL);
1º Secretário da Mesa – Rosenverg Reis (MDB);
2º secretário – Dr. Pedro Ricardo (PROS);
3º secretário – Franciane Motta (União);
4º secretário – Giovani Ratinho (SDD);
1º vogal – Índia Armelau (PL);
2º vogal – Dr. Deodalto (PL);
3º vogal – Valdecy da Saúde (PL)
4º vogal – Renato Miranda (PL).
Por Lívia Louzada