A Justiça de São Paulo concluiu que a modelo Priscila Delgado Barrios tentou matar o namorado, o delegado Paulo Francisco Muniz Bilynskyj e depois tirou a própria vida. O homem foi atingido por seis tiros e precisou amputar o dedo médio da mão direita. O caso ocorreu em 20 de maio de 2020 em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, após uma discussão entre o casal.
O caso, que corria sob sigilo, foi arquivado a pedido do Ministério Público (MP) pois a autora se matou. A conclusão do inquérito dado pelo 1º Distrito Policial (DP) da cidade foi tentativa de assassinato e suicídio. Segundo a confirmação obtida pelo ‘G1’, a Justiça arquivou o processo em 15 de junho de 2021.
Apesar disso, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil ainda apura, administrativamente, a conduta de Paulo. O namorado da vítima comentou a decisão de Justiça e disse que foi “vítima de uma tentativa de homicídio”.
Paulo e Priscilla se conheceram na internet. Ele, além de delegado, é instrutor de tiro e ensinou a modelo a atirar. José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado da família da jovem, diz que os pais dela ainda querem saber se o namorado da modelo a instigou ou não a cometer o suicídio.
O inquérito da Polícia Civil apontou que o casal havia discutido por ciúmes, pois Priscilla teria visto mensagens de outra mulher no computador dele. Eles se conheciam há cerca de três meses. A modelo havia saído de Curitiba, no Paraná, onde morava, para viver com ele em São Bernardo.
Em entrevista ao ‘Fantástico’, em junho de 2021, Paulo contou como o ataque aconteceu: “Na hora que eu abri a porta do banheiro, ela não falou nada. Ela estava parada na minha frente, apontou a arma para mim e já estava atirando”, narrou. “Ela achou que tinha me matado. Eu achei que ia morrer. Eu tomei seis tiros”, disse o delegado.
Ele falou ainda que a modelo atirou nela mesma, depois de disparar contra Paulo. Segundo a PM, as equipes precisaram arrombar a porta para entrar no apartamento do casal. Os agentes viram que Priscilla estava sangrando e tinha uma perfuração no peito. Ao lado dela tinha uma faca sem sangue. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Os policiais encontraram ainda sangue no banheiro, no piso e nas paredes dentro do apartamento, além de marcas de mãos ensanguentadas no espelho de uma academia dentro de um dos quartos. Para as investigações, peritos coletaram material genético (DNA) no gatilho da pistola Glock 9 mm, da qual teriam partido os disparos.
Paulo chegou a ser afastado da Polícia Civil por conta dos ferimentos e atualmente está de férias da corporação.
Crédito: Jornal O Dia