Há mais de seis anos, a dona de casa Maria Aparecida de Lima enfrenta uma batalha judicial contra o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva e o Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Em 2015, o filho dela, Wellington Barbosa de Lima, procurou o médico para fazer uma abdominoplastia, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória ainda no momento da anestesia. Ele teve lesões cerebrais e, desde então, está em estado vegetativo.
A defesa da família alega erro médico e diz que a sequela pode ter sido causada pela demora na realização das manobras necessárias para reanimação do paciente, como explica a advogada Tatiana Citeli:
“Ele ficou muito tempo sem atendimento, sem as manobras que precisariam ser feitas. Por conta disso, ele acabou entrando nesse estado vegetativo. Ele não tem nenhum movimento. Só mexe os olhos, dependendo totalmente dos cuidados de outra pessoa”.
O advogado Jansen Ribeiro afirma que o paciente era saudável e o procedimento estético custou mais de R$ 10 mil.
“À época, Dona Aparecida falou que ele gozava de boa saúde e não tinha problema algum. Foi mesmo por estética, por vaidade. Ela deu como presente de aniversário. Parece que foi algo em torno de R$ 10 mil e R$ 15 mil’.
Segundo os advogados, Wellington chegou a ser transferido para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, após o procedimento. Depois, foi para casa e, por determinação da Justiça, o serviço de home care é custeado pelos réus.
Na época, a família registrou o caso na Polícia Civil, mas a investigação não foi adiante. A ação judicial teve início em 2016, porque não houve acordo sobre uma possível indenização. De acordo com os advogados da vítima, a defesa do médico e do hospital tenta adiar o fim da ação por meio de diversos recursos.
A advogada Tatiana Citeli lamenta a lentidão do processo, o que permitiu que o cirurgião tenha feito outras vítimas.
“A gente está falando de um médico e a gente sabe do juramento que fazem quando se formam. Isso não foi, em momento algum, respeitado. E ele continuou fazendo. Ele não parou de agir dessa forma. Mesmo o nosso processo sendo movido, não fez com que ele parasse, modificasse ou tivesse mais cautela no exercício da profissão”.
Na semana passada, os acusados deram entrada em mais um recurso pedindo que os custos da perícia solicitada pela Justiça sejam divididos com a família.
Wellington tem 41 anos, é pai e sustentava toda a família. Agora, Maria Aparecida se desdobra para cuidar do filho e conta com a ajuda de parentes para se sustentar.
O cirurgião Bolívar Guerrero está preso desde a última segunda-feira (18), suspeito de manter em cárcere privado uma mulher que teve complicações após uma cirurgia plástica feita em março. Desde a prisão, mais pacientes foram até a delegacia para denunciar o médico. Em nota, médico e hospital negam as acusações.
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