‘Vale Tudo’ é unanimidade entre críticos de TV em eleição entre melhores novelas de todos os tempos

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No aniversário de 70 anos da telenovela brasileira, o g1 perguntou a cinco críticos de TV quais são as três melhores novelas de todos os tempos (As respostas não seguem uma ordem hierárquica).

A única unanimidade foi “Vale Tudo”, trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, exibida entre 1988 e 1989.

A Globo exibe o especial “70 Anos Esta Noite” na noite desta terça-feira (21), dia da estreia de “Sua Vida me Pertence”, escrita por Walter Forster, na TV Tupi, em 1951.

Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Renata Sorrah, Tony Ramos e Patrícia Pillar estão entre os atores que vão participar do programa.

Afinal, como esquecer a novela que gerou o clássico “Quem matou Odete Roitman”?

“O texto maravilhoso e as interpretações à altura foram as principais razões. Odete Roitman (Beatriz Segall), Maria de Fátima (Gloria Pires) e Heleninha (Renata Sorrah) foram alguns dos personagens ainda vivos na memória do público”, justifica Patrícia Kogut, colunista de televisão do jornal “O Globo” e da CBN.

Para Cristina Padiglione, da “Folha de S.Paulo”, e Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a novela entra entre as três melhores pela atemporalidade do enredo.

“Como produto de entretenimento, ela não envelhece nem na estética. A trama, criada a partir da questão proposta por Gilberto Braga (“Vale a pena ser honesto no Brasil?”) também não envelhece, infelizmente, mas o caso é que ela encontra engajamento e interesse do público sempre que é revisitada e por quaisquer gerações”, explica Padiglione.

Maurício Stycer, do UOL, cita elementos que confirmam a força da novela: “Personagens inesquecíveis, dramas memoráveis, um ‘quem matou’ histórico, muito deboche e ironia sobre o que representa a elite brasileira”.

Já Fefito, do BuzzFeed Brasil, diz que a novela “captou a alma brasileira como poucas vezes antes na TV”.

“Roque Santeiro”, “Avenida Brasil”, “O Bem-Amado”, “O Casarão” e “Beto Rockfeller” também foram citadas entre as mais importantes pelos críticos. Relembre histórias e veja justificativas abaixo.

‘Roque Santeiro’

A novela estreou em junho de 1985 com Lima Duarte como Sinhozinho Malta, Regina Duarte como Viúva Porcina e José Wilker como Roque Santeiro.

Uma primeira versão da novela, adaptada do texto teatral ‘O Berço do Herói’, escrito por Dias Gomes, em 1963, foi censurada pela ditadura militar dez anos antes. Quando finalmente estreou “Roque Santeiro” foi um sucesso arrebatador.

Nilson Xavier destaca que a novela, assim como as outras duas nas quais votou, têm todos os ingredientes de uma ótima trama.

“Ótimos textos, direção, elenco e produção, tramas bem conduzidas, histórias cativantes, que prenderam o público do primeiro ao último capítulo, repletas de personagens carismáticos com os quais o brasileiro pôde se identificar, torcer, amar e odiar”, diz Xavier.

Para Padiglione, Aguinaldo Silva, coautor da novela, soube conduzir os personagens de Gomes “com louvor” ao longo dos capítulos.

“Dias Gomes cria no microcosmo de Asa Branca, pequena e fictícia cidade do interior, todos os tipos e intrigas que deslumbram e iludem o brasileiro desde sempre, com opressores e oprimidos”.

“‘Roque Santeiro’ foi resultado de uma feliz combinação de texto inspirado com elenco de talentos e boa direção. Antes de uma novela estrear não há como prever que a química vai funcionar tão bem. Só no ar. Isso aconteceu com Roque Santeiro, lembrada até hoje por todos esses motivos”, diz Kogut.

‘Avenida Brasil’

Única novela do século XXI que entrou na lista dos críticos, “Avenida Brasil” fez o país literalmente parar no último capítulo.

O texto de João Emanuel Carneiro ainda está fresco na memória dos brasileiros com as maldades de Carminha (Adriana Esteves) com a enteada Rita, que depois vira Nina (Mel Maia quando criança e Débora Falabella quando adulta).

Tufão (Murilo Benício), Jorginho (Cauã Reymond), Leleco (Marcos Caruso), Tessália (Débora Nascimento) também são personagens icônicos da novela de 2012.

Para Kogut e Padiglione, o contexto social da época foi um dos elementos importantes para o sucesso da trama.

“Foi um exemplo de absoluta sintonia com o momento que o país estava vivendo, o da ascensão da classe C. Os personagens do subúrbio eram os protagonistas, com sua estética e comportamento. Isso era mostrado sem caricatura”, explica a crítica do jornal “O Globo”.

“A ousadia de bancar uma mocinha sem a passividade das heroínas boazinhas é forte referência para as mocinhas que viriam a seguir. O show de Adriana Esteves é peso fundamental para o potencial da novela junto à audiência. Além disso, há a desconstrução das vantagens da sempre edulcorada zona sul carioca (nas novelas, de modo geral) em favor do valor do subúrbio, espelhando uma realidade muito latente para o Brasil da época“, acrescenta Padiglione, da “Folha”.

Crédito: g1.globo.com

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