Seria um sábado de campanha política normal se o cenário político riobonitense não estivesse tão acirrado como nunca esteve. Uma caminhada do candidato a prefeito de Rio Bonito, Uiltinho Delaroli (PL), com a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL), e pessoas que manifestavam contra o racismo e violência feminina, resultou em uma verdadeira confusão no Centro da cidade, e 34 pessoas foram parar no Hospital Regional Darcy Vargas. Segundo relatos, os ânimos se exaltaram e a Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para conter a confusão.
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Centenas de pessoas, estavam presentes na Praça Fonseca Portela, no Centro, em uma manifestação de repúdio à violência contra a mulher e ao racismo, denominada ‘Caminhada da Mulher’. Os manifestantes usavam camisas pretas e um adesivo colado com a descrição: “Diga não à violência contra a mulher e ao racismo”.
Também marcada para o mesmo dia (21), e praticamente na mesma hora, estava a caminhada do candidato Uiltinho Delaroli com a presença do senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Altineu Côrtes (PL), o deputado estadual Guilherme Delaroli (PL) e o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli (PL).
A caminhada do candidato partiu da altura da Drogaria Raia, na Rua Dr. Mattos, em direção à Praça Fonseca Portela, onde estavam concentrados os manifestantes. Quando a caminhada chegou na altura da Praça Astério Alves, os manifestantes os encontraram e os ânimos ficaram exaltados, gerando uma enorme confusão.
A confusão
O tumulto teria iniciado quando a rua foi tomada pelos manifestantes e a caminhada precisou ser momentaneamente paralisada. Nesse instante , o que até então eram apenas trocas de ofensas, começou a esquentar na Praça Fonseca Portela.
A Polícia Militar, que já estava presente no Centro, precisou agir para acalmar a população. Segundo relatos, foi quando um dos policiais militares usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes, e os mesmos reagiram jogando garrafas nas pessoas que estavam na caminhada. Alguns comerciantes ficaram com medo da situação e fecharam às portas durante a confusão.
Há ainda outros relatos de que as garrafas foram jogadas antes da ação da PM, por um grupo de pessoas que estava bloqueando a passagem da caminhada, e que por isso foi necessário o uso do spray.
Atendimento hospitalar
Segundo o Hospital Regional Darcy Vargas, 34 pessoas deram entrada na unidade com hipersensibilidade ao spray de pimenta, com reações como falta de ar, palpitação, olhos irritados, fechamento de glote e crise de ansiedade.
O hospital precisou da ajuda do Corpo de Bombeiros e de seguranças para conseguir conter um início de confusão que se formou na entrada da unidade.
Foi preciso uma força tarefa dos profissionais do Hospital, segundo eles, com a presença de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social e até psicólogos, para atender a grande demanda. Apesar dos atendimentos, a unidade informou que ninguém ficou internado com quadro mais grave.
Manifestantes
Segundo apurou à reportagem, o grupo da Caminhada da Mulher era formado por pessoas que estavam defendendo seus ideais, e também por apoiadores de grupos políticos da cidade.
Nota do 35º Batalhão
“Em parte, o fato ocorrido se deu em decorrência do encontro de duas oposições políticas durante a caminhada eleitoral, momento em que, mesmo após diálogo por parte dos policiais, para conter os ânimos, começaram a jogar garrafas nos policiais como também entre eles, sendo desta forma necessário o uso do equipamento de menor potencial ofensivo de forma proporcional e moderada para cessar a agressão”.
O Jornal Folha da Terra está aberto para ouvir todos os lados envolvidos no ocorrido.
Por Lívia Louzada
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