Moradores de Niterói reclamam do barulho das motos; ação do MPRJ exige que prefeitura fiscalize

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou, na última segunda-feira (14), com uma ação exigindo que a Prefeitura de Niterói fiscalize a intensidade do barulho provocado por motos na cidade. Os moradores da cidade reclamam do ruído provocado pelos veículos.

“O barulho das motocicletas aqui na cidade é ensurdecedor. Quando aceleram, a coisa fica infernal. Nos meus 93 anos, uso aparelho auditivo. Mas com ou sem aparelho, o barulho incomoda demais”, reclamou o aposentado Carlos Ruas.

Isolamento acústico

Em um condomínio em Charitas, Zona Sul da cidade, alguns moradores tiveram que instalar isolamento acústico – uma forma de tentar diminuir o barulho provocado pelas motocicletas. Mas nem isso resolveu o problema.

“O barulho é extremamente alto. Fui obrigado a colocar uma porta anti-ruído para diminuir o som, mas mesmo assim a situação não se resolveu”, disse o piloto Vinícius Amorim.

O Sindicato dos Condomínios de Niterói e São Gonçalo acredita que o aumento do pedido de entregas durante a pandemia contribui para o aumento do barulho.

“Pedimos à Guarda Municipal, à Nitrans (empresa de trânsito de Niterói), e ao programa Niterói Presente que fizessem o monitoramento desse barulho, mas alegaram não ter equipamentos para essa tarefa”, o presidente do sindicato, Alberto Machado.

“Agradecemos todos os serviços prestados pelos motoqueiros, mas infelizmente alguns deles fazem essa alteração nos escapamentos das motos, o que prejudica toda a população”, afirmou Vinícius.

Todas as motos saem das fábricas com silenciador no escapamento, obedecendo as regras nacionais de trânsito. No entanto, alguns motociclistas retiram a peça, o que aumenta o barulho. cabe ao Detran fiscalizar se a moto foi adulterada para aumentar o ruído, ou se está trafegando com o escapamento solto.

“Como motociclista, posso falar que os problemas são pontuais, são algumas motos que fazem alterações e acabam causando esse aumento no volume”, analisou o membro da União dos Síndicos, Leonardo Abi Daud.

“É fundamental que o município, por meio de seus agentes, que estão na fiscalização ordinária da cidade, coíbam essa prática irregular. Não só sob o aspecto do trânsito, mas também pela questão ambiental”, afirmou o promotor Luciano Mattos.

Professora aposentada, Mara Grecco reclamou dos problemas causados pelo barulho das motos.

“Atrapalha a qualidade de vida, começando pelo sono. Temos que fechar todas as janelas para conseguirmos dormir, o que é muito difícil em noites mais quentes”.

O Detran informou que o barulho nas vias é de competência municipal e que o órgão atua durante operações de fiscalização – suspensas desde o início da pandemia.

A Prefeitura de Niterói informou que não há previsão na legislação municipal para a medição de ruídos emitidos por fontes móveis.

O município afirmou já ter respondido ao Ministério Público e que a competência desse tipo de fiscalização é do Estado.

A Polícia Militar informou que as operações de patrulhamento são focadas no combate ao crime.

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