Presa em Saquarema, falsa vidente que estava foragida tem pelo menos 10 anotações criminais

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A falsa vidente Diana Rosa Stanesco, de 37 anos, que estava foragida da “Operação Sol Poente” e foi presa nesta terça-feira (16), em Saquarema, na Região dos Lagos, do Rio de Janeiro, é velha conhecida da polícia.

Com uma ficha criminal com pelo menos 10 anotações criminais – incluindo o golpe do qual participou como falsa vidente e que resultou em um prejuízo estimado em R$725 milhões em uma idosa – , ela já foi investigada por envolvimento em crimes como estelionato, extorsão e falsidade ideológica.

A reportagem teve acesso à ficha de Diana Rosa e detalha as passagens policiais dela.

1 – Abandono Intelectual

Em uma anotação da Delegacia da Criança e do Adolescente vítima, de fevereiro de 2015, Diana Rosa foi fichada por abandono intelectual, crime previsto no Código Penal Brasileiro onde um pai ou uma mãe deixa de garantir a educação do seu filho. O caso chegou até a 16ª Vara Criminal da Capital, mas foi arquivado em setembro de 2016 por insuficiência de provas.

2- Maus-tratos

No mesmo registro, de 2015, ela foi fichada ainda por maus-tratos de menor de idade. O caso foi analisado pela 16ª Vara Criminal da Capital, mas foi arquivado em setembro de 2016 por insuficiência de provas.

3- Calúnia

Informação caluniosa, mentirosa supostamente dada na plataforma ReclameAqui, em 2015. O caso foi enviado ao Juízado Especial Criminal.

4- Estelionato

Em abril de 2022, Diana Rosa foi presa em flagrante por policiais da 13ª DP (Ipanema) por aplicar um golpe em uma dona de casa, de 24 anos. Ela atraiu a mulher com a promessa de uma consulta espiritual gratuita. Durante o atendimento, porém, cobrou R$ 4,3 mil com a desculpa de fazer uma “cirurgia espiritual” para para desfazer um “ritual macabro” que teria sido praticado a dona de casa.

5- Extorsão

O caso do golpe na dona de casa, em abril de 2022, rendeu ainda uma anotação por extorsão, já que exigiu dinheiro da mulher de 24 anos mediante ameaça.

6- Estelionato por defraudação de penhor

Em março de 2011, Diana foi acusada de penhorar objeto de forma não consentida pelo real dono. O caso foi registrado na 16ª DP, na Barra da Tijuca, e encaminhado para a 36ª Vara Criminal da Capital, que o arquivou em 2017.

7 – Falsidade ideológica

Em outubro de 2021, Diana foi anotada por falsidade ideológica na 16ª DP, na Barra da Tijuca. Segundo o registro, ela usou um documento substitutivo de uma Declaração de Nascido Vivo para tentar registrar uma criança. Ela havia dito que o documento original havia sido extraviado, quando na verdade estava preso em um processo judicial. O caso está na 41ª Vara Criminal da Capital, e o processo segue em andamento.

8- Injúria por preconceito de raça ou cor

Em maio de 2009, novo registro na 16ª DP, na Barra da Tijuca. Dessa vez por injúria racial. O caso foi levado para a 40ª Vara Criminal da Capital, mas foi arquivado em fevereiro de 2011.

9- Lesão Corporal

Mais uma anotação criminal na 16ª DP, na Barra da Tijuca, por agressão em via pública. Caso foi levado ao Juizado Especial Criminal.

10 – Estelionato, roubo, extorsão, cárcere privado e associação criminosa

Ainda em fase de inquérito, o caso da idosa que foi vítima de um golpe estimado em R$ 725 milhões é um passeio no Código Penal Brasileiro. Uma vez que Diana Rosa e seus familiares se passaram por videntes para enganar, extorquir, roubar e ainda contribuíram para o cárcere privado da idosa. Os crimes ainda serão imputados em possível denúncia oferecida pelo Ministério Público. Mas policiais da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, que conduzem o caso, já identificaram os crimes descritos acima.

A prisão na ‘Sol Poente’

A prisão de Diana Rosa na terça-feira (16) , assim como a operação “Sol Poente”, foi organizada pela Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti).

Diana Rosa era procurada por ter sido a primeira falsa vidente a abordar Genevieve Boghici, de 83 anos, na rua com uma falsa previsão de que sua filha estava muito doente e iria morrer se não fosse alvo de um trabalho espiritual.

O plano foi elaborado pela filha de Genevieve, Sabine Boghici, e sua companheira, a também falsa vidente Rosa Stanesco – conhecida ainda como Mãe Valéria de Oxóssi -, para tentar acessar parte da herança de Sabine.

O inventário dos bens de Jean Boghici está na Justiça desde 2015, e tem Genevieve como inventariante. Participaram do golpe ainda Jacqueline Stanescos, prima de Rosa e outra falsa vidente, Gabriel Nicolau – filho de Rosa . Ronaldo Ianov, sogro de Diana, também foi investigado, mas morreu antes da operação.

Sabine, Rosa, Jacqueline e Gabriel estão presos temporariamente.

O golpe de R$ 725 milhões

De acordo com a polícia, Sabine e Rosa Stanesco – quem têm um relacionamento estável -, planejaram desviar os bens da idosa com o golpe espiritual.

De posse das informações que Sabine repassava, Rosa, Diana e Jacqueline atuaram como falsas videntes que disseram que a filha de Genevieve iria morrer, mas que poderia se livrar do mal se a mãe da jovem fizesse um trabalho.

O tal trabalho espiritual começou com grandes transferências de dinheiro, depois passou a cárcere privado da idosa – durante a pandemia -, e o posterior roubo dos quadros famosos, como a tela de Tarsila do Amaral. Ao todo, o prejuízo é estimado em R$ 725 milhões.

 

Crédito g1

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