Em entrevista, novo presidente da Câmara de Rio Bonito fala sobre metas de sua administração

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Vereador de três mandatos, Humberto Belgues, do PSL, foi eleito como o novo presidente da Câmara dos Vereadores de Rio Bonito, tomando posse já em 1º de janeiro deste ano. Em entrevista ao FOLHA, o parlamentar falou sobre o trabalho que pretende desempenhar a frente da Casa e as mudanças que pretende promover no Legislativo riobonitense. Confira abaixo.

FOLHA DA TERRA: Presidente, o senhor realizou um sonho, que era assumir a administração da Câmara, depois de uma passagem de poucos meses à frente da presidência, em 2011. Como o senhor pretende administrar o Legislativo?
HUMBERTO BELGUES: A forma como vou administrar a Câmara está bem definida com meu grupo de trabalho e com os colegas vereadores. No meu discurso de posse eu comentei a importância da unidade entre nós vereadores e entre os poderes. Para o bem de Rio Bonito, a sociedade também deve fazer parte desse pacto. O momento financeiro dos municípios não é favorável, a postura do eleitorado está mudando, por isso, a união de todos é importante. A minha gestão terá sempre esse norte.

FT: É sua intenção promover alguma mudança na Casa, seja de local de trabalho dos vereadores, na estrutura administrativa ou qualquer outra?
HB: Isso está sendo planejado e pensado com os colegas. A grande novidade é a cessão do prédio do antigo Fórum para o poder Legislativo. Toda estrutura da Câmara de Vereadores já está sendo transferida para lá e estamos projetando um espaço que seja confortável e acessível para os vereadores e para a população

FT: O senhor é do mesmo partido do presidente Bolsonaro e mantém boa relação com membros do primeiro escalão do governo Witzel. Acha que isso pode ajudar de alguma forma a sua administração e o município?
HB: O governador Witzel é aliado ao presidente Bolsonaro, mas ele é do PSC, partido de Dilon de Boa Esperança. Quanto ao PSL ainda é tudo muito novo para se fazer qualquer projeção. Mas sem dúvida o fato de integrar o partido do presidente nos dá esperança de ter bom trânsito para encaminhar projetos e ajudar o poder Executivo nessa tarefa.

FT: A gestão do presidente anterior, vereador Reis, era considerada de oposição ao governo José Luiz, que tem minoria na Casa. Como vai ser a relação agora com o prefeito?
HB: Os anos na política me ensinaram que o conceito de oposição não é muito bem compreendido, principalmente pela população. Os espíritos realmente estavam armados no início da legislatura. Com o passar do tempo essa situação foi se amenizando, o diálogo aconteceu e pouca gente sabe que Reis fechou esse biênio aprovando quase 100 mensagens de interesse do Executivo. Sabemos que ele é do grupo político adversário do prefeito, mas isso não impediu a aprovação das mensagens que eram de interesse coletivo.

FT: Em um momento de cobertor curto, onde falta dinheiro pra coisas básicas, como saúde e educação, é sua intenção diminuir custos na Câmara?
HB: Essa é outra questão também mal compreendida pela população e muitas vezes pelos próprios políticos, principalmente os candidatos a vereador que não conhecem o funcionamento da administração pública. As pessoas descobrem o valor do repasse, que varia de acordo com a arrecadação, dividem por 10 (o número de vereadores) e imagina que esse é o nosso salário. Ignoram, por exemplo, que nós temos folha de pagamento, encargos sociais dos servidores, a manutenção da Casa, as despesas inerentes ao poder e muito mais. Acho que o eleitor deve cobrar do vereador que recebeu o seu voto representatividade, o que pouco vemos acontecer.

FT: Todos nós sabemos que a classe política está desacreditada. A frequência de público nas reuniões legislativas é mínima. Como estimular a participação popular no trabalho dos vereadores?
HB: Esse é outro ponto que merece uma profunda reflexão, mas eu acho que transcende as nossas ações. Também estão esvaziados os conselhos municipais, as associações de moradores e instituições similares. A Câmara sempre recebe a audiência pública para discutir o Orçamento. Não vai ninguém. Mas quando tem uma polêmica, vereadores brigando entre si, o número de pessoas aumenta nas sessões. O desinteresse é geral e eu diria cultural. É um desafio essa participação popular. Acredito que um dia isso muda, mas em longuíssimo prazo.

FT: Gostaria que o senhor falasse um pouco de sua trajetória política, os cargos que ocupou no estado e no município e sobre sua formação.
HB: Comecei jovem a minha participação na vida pública. Ocupei várias funções administrativas e de comando na antiga CERJ, sou servidor público da Prefeitura de Rio Bonito, já fui chefe de Gabinete da ex-prefeita Solange Almeida; já estive a frente do Iprevirb (foi presidente do órgão), estou no meu terceiro mandato de vereador e, agora, diante de uma nova função: ser o ordenador de despesas do poder Legislativo.

FT: A dois anos das eleições municipais, como o senhor vê o quadro que começa a se desenhar em Rio Bonito, onde velhas lideranças tem se alternado no poder há vinte e sete anos?
HB: Eu sinceramente não sei se tem algum quadro se desenhando ainda. O quadro que vejo é o de sempre. Pessoas esperando o posicionamento do prefeito Mandiocão e da ex-prefeita, Solange Almeida; para decidir o que vão fazer. Esse é o cenário de hoje. Mas a política é dinâmica e daqui seis meses os cenários podem ser diferentes. Ainda é muito cedo para fazer prognósticos. Mas sempre ficamos na expectativa de que haja uma renovação no cenário político.

FT: O que a população de Rio Bonito pode esperar da sua administração?
HB: Trabalho. Muito trabalho. A nossa perspectiva é estar sempre próximo da população, mas com ações que visem a coletividade e não questões individuais. Cada presidente tem uma forma de gerenciar eu terei a minha maneira. Aproveito a oportunidade para convidar as pessoas a vir a Casa Legislativa com suas reivindicações cidadãs e coletivas.

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