Maricá luta para reduzir o número de mulheres vítimas de violência

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O número de casos de violência em todo país  teve um crescimento considerável durante a pandemia.  Em Maricá também. A Secretaria de Direitos Humanos, Participação Popular e Mulher divulgou dados levantados pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) que mostram de janeiro até maio deste ano foram registrados 648 casos de violência.  No ano passado foram 990 casos.

Maricá conta desde  com uma Casa de atendimento especializado à Mulher, quando foi criada a Secretaria de Direitos Humanos, Participação Popular e Mulher, onde um acolhimento é oferecido à todas as mulheres, independente de idade, cor ou classe social.  Desde a sua implantação até o dia 11 de novembro, foram registrados 6.657 atendimentos. Destes, 107 vítimas precisaram ser abrigadas para terem suas vidas garantidas.

As violências variam entre físicas, psicológicas, morais, patrimoniais, institucionais e sexuais, assim como o perfil dos agressores que vão desde cônjuges (maridos/companheiros) à pais, ex-maridos (companheiros/namorados), filhos, enteados, namorados e amantes. Mas a maioria dos casos reincidentes ocorre nos 1º, 2º e 3º distritos (Centro, Ponta Negra, Inoã, Itaipuaçu e adjacências) e envolve pessoas pardas com três ou quatro filhos, ensino fundamental incompleto, heterossexual e sem carteira assinada.

Segundo a psicóloga da Casa da Mulher, Sara Monteiro, quando a vítima procura ajuda tudo é levado em consideração. “Tipo de violência, contexto, há quanto tempo à violência ocorre. Se houve uso de facão, corda ou arma de fogo. A mulher chega em pedaços, fragilizada e dependente de uma estrutura adoecida de anos, com vários transtornos emocionais e mentais, então ela necessita de apoio. Muitas já foram atendidas em delegacias por homens que queriam desqualificá-las”, frisou.

A profissional destaca a dependência química e alcoolismo de grande parte dos agressores, mas revela que há casos também de militares. E ressalta que em muitos casos há comprometimentos psiquiátricos, limitações físicas e distúrbios psicológicos às agredidas.

Cientista social e coordenadora de Políticas para as Mulheres de Maricá, Luciana Piredda falou sobre a luta para implantar na cidade a Casa de Passagem para acolher mulheres em situação de violência. “Nós temos parceria com a rede estadual e há abrigos para mulheres de alta complexidade. O projeto Recomeçar sem violência, que já está em tramitação, tem como foco não só garantir o abrigo às vítimas, mas garantir o custeio a seu estado de origem, o aluguel social caso a vítima seja moradora do município, além de móveis e utensílios domésticos para mobiliar sua casa nova”, contou.

Enquanto isso, Maricá tem um convênio com Niterói, a sala lilás do IML do Barreto. O espaço foi inaugurado em 14/09/2020 e em apenas um mês registrou 97 atendimentos. Maricá contribui com quatro profissionais e insumos. “O local garante a acolhida, informações para que a vítima busque o local de atendimento correto, para que a mulher não sofra revitimização. Ali, elas percebem que não estão sozinhas, mas que tem onde buscar apoio”, garante Luciana, destacando que as vítimas adultas e idosas são encaminhadas para a Casa da Mulher, já meninas e adolescentes para o CREAS, CRAS e Conselho Tutelar.

Marco

Em 25/11/1960, três irmãs dominicanas, Pátria, Minerva e Maria Teresa foram brutalmente assassinadas. O motivo banal: eram oposição à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo. Acabaram pagando com as próprias vidas. Seus corpos foram encontrados no fundo de um precipício, estrangulados, com os ossos quebrados. As mortes repercutiram, causando grande comoção no país.

Em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas instituiu a data como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às “Mariposas”. Reflexões sobre a situação de violência em que vive grande parte das mulheres em todo o mundo passaram a ser realizadas.

Onde recorrer e denunciar

Casa da Mulher- Rua Pereira Neves, nº 274 no Centro. Funciona de segunda à sexta-feira das 09 às 17 horas.

 Central de Atendimento à Mulher: 180 ou (61) 99656-5008 – Whatsapp

– Central 190 – Polícia Militar

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