Polícia faz operação no Jacarezinho e R$ 40 milhões são bloqueados de suspeitos de envolvimento em lavagem de dinheiro para o tráfico

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A Polícia Civil faz na manhã desta sexta-feira uma operação na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, localidade onde faz parte do programa Cidade Integrada. Pouco antes das 5h30, houve registro de troca de tiros quando os agentes entraram na favela. Essa é a primeira vez que há confronto na favela desde o lançamento do projeto. A operação chamada de “Big Fish” foi montada para cumprir sete mandados de busca e apreensão contra suspeitos de participar do esquema de lavagem de dinheiro do tráfico da região.

Em suas redes sociais, o governador Cláudio Castro anunciou que a Justiça bloqueou R$ 40 milhões e bens de suspeitos foram sequestrados. Segundo Castro, estão sendo cumpridos mandados de busca no Rio Grande do Norte.

“A PCERJ realiza operação para desarticular esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa que atuava no Jacarezinho. Também estão sendo cumpridos mandados de busca no Rio Grande do Norte, onde mora o traficante Lambari. R$ 40 milhões já foram bloqueados e bens sequestrados.”, escreveu o governador.

Os alvos da operação são pequenos empresários que seriam “laranjas” do grupo, além de Marcus Vinícius da Silva, o “Lambari”, apontado pela polícia como chefe do tráfico no Jacarezinho. Os mandados contra as contas bancárias dos suspeitos e o sequestro de bens de alto valor foram todos expedidos pela 1ª Vara Especializada do Crime Organizado (TJ-RJ) com atuação da 1ª PIP Especializada do MP-RJ.

Mini-mercado movimentou R$ 30 milhões durante a pandemia

Segundo as investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), a apuração “se deparou com uma movimentação superior a R$ 30 milhões, entre agosto de 2019 e outubro de 2021, em contas bancárias em nome de um mini-mercado, localizado em um dos acessos à Comunidade do Jacarezinho”. De acordo com os investigadores, esse comércio não teria condições de movimentar esse montante, num momento em que o mundo passava pela pandemia da Covid-19 e milhares de pessoas estavam desempregadas.

Operação na Cidade Alta

Já na Cidade Alta, em Cordovil, a Polícia Militar faz uma operação contra o tráfico de drogas que atua na região. De acordo com a corporação, os agentes também estão na favela do Pica-Pau e das Cinco Bocas, no mesmo bairro. Até agora não há informações de feridos, prisões ou apreensões.

As comunidades da Cidade Alta, do Pica-Pau e das Cinco Bocas, em Cordovil, são dominadas pela quadrilha de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão. Essa é a segunda operação que acontece na região desde quarta-feira. Na terça-feira, um adolescente foi baleado na cabeça quando passava de carro com a mãe pela Cidade Alta. Ele passou por cirurgia no Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, e seu estado de saúde é gravíssimo.

Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou uma série de medidas que deverão ser adotadas pelas autoridades do Rio de Janeiro para reduzir a letalidade em operações policiais realizadas nas comunidades do estado. Entre as principais providências determinadas pela maioria dos ministros da Corte estão a prioridade de investigações de casos que envolvam crianças e adolescentes, limitações às buscas sem autorização judicial e a instalação de GPS e câmeras corporais nos policiais em 180 dias.

A maioria dos magistrados seguiu as propostas apresentadas pelo relator da chamada “ADPF das Favelas”, ministro Edson Fachin — que em 2020 determinou que, durante a pandemia de Covid-19, a realização de operações só devia ocorrer em casos excepcionalíssimos.

Em maio de 2021, Fachin propôs 11 medidas para combater a letalidade policial no estado. Dessas, sete foram aprovadas pela maior parte dos ministros, após ajustes feitos pelo relator a partir do voto do ministro Alexandre de Moraes. Entre as principais medidas adotadas pela Corte está a que obriga o estado do Rio de Janeiro a apresentar um plano de redução de letalidade policial, com medidas concretas, em até 90 dias. Esse plano deverá contar com a participação da sociedade civil e instituições públicas comprometidas com a promoção dos direitos humanos.

 

Crédito: Jornal Extra

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