A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação que mira um grupo suspeito de desviar mais de R$ 1,5 bilhão em negociações de criptomoeda, em Curitiba. Os agentes cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão, na manhã desta segunda-feira (5).
Cerca de 90 policiais federais cumprem, em Curitiba e Região Metropolitana, (Niterói e São Gonçalo), um mandado de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e vinte e dois mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR. Além disso, houve a decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores.
Ao todo, a Justiça expediu 22 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. A 23ª Vara Federal de Curitiba também decretou sequestro de imóveis e bloqueio de valores.
As investigações começaram em 2019, após o grupo registrar um boletim de ocorrência afirmando que havia sido vítima de um ataque cibernético. À época, os valores de todos os credores foram bloqueados pela empresa, que controla três corretoras.
Com o passar das investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público do Paraná desconfiaram que o ataque cibernético era falso e que o grupo havia cometido crimes, como estelionato. Segundo a PF, os suspeitos não estavam colaborando com a apuração policial.
A operação investiga crimes de lavagem de capitais, estelionato, organização criminosa, além de delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.
Segundo a PF, o montante desviado pode ser ainda maior, já que existem indícios da prática de outros crimes. O total de R$ 1,5 bilhão é referente aos valores devidos aos sete mil credores que negociaram com a empresa.
Carros de luxo foram apreendidos durante a operação.
Após denunciarem o suposto ataque cibernético, o grupo suspeito prometeu aos credores que devolveria os valores bloqueados em parcelas. Apesar disso, segundo a PF, os valores nunca foram quitados.
Ainda em 2019, a Justiça concedeu ao grupo uma ordem de recuperação judicial, o que interrompeu as ações cíveis que a empresa respondia.
Apesar disso, no ano seguinte, as investigações identificaram que o grupo negociava contratos de investimento coletivo sem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com isso, a PF passou a apurar o caso.
As investigações levantaram a suspeita de que o líder do grupo desviava os valores dos clientes para benefício próprio. Para atrair investidores, os suspeitos ostentavam bens de luxo e faziam grandes eventos.
Conforme a PF, o líder do grupo possui uma condenação na Suíça por crimes de estelionato e falsificação de documentos.
Fonte: rlagosnoticias