A jornalista Susana Naspolini morreu nesta terça-feira (25) em São Paulo, vítima de um câncer. A repórter era conhecida pelo seu jeito divertido de cobrar das autoridades obras em bairros do Rio com o RJ Móvel, fazendo o jornalismo comunitário. Aos 49 anos, Susana enfrentava um câncer pela quinta vez desde março. Nessa, o tumor foi identificado na bacia, mas se espalhou por outros órgãos e ela não resistiu.
No trabalho
Naspolini trabalhava no Grupo Globo desde 2002. Ganhou muita popularidade no Grande Rio devido à forma divertida de interagir com os moradores e cobrar das autoridades soluções para os problemas comunitários. Conseguiu tornar popular um quadro de serviço, na maior parte das vezes de questões locais em áreas abandonadas pelo poder público.
Com seu calendário de papel, cobrava de representantes dos órgãos públicos uma data para a conclusão das melhorias. Anotava o dia e voltava com sua equipe para verificar se os problemas haviam sido resolvidos como prometido. Em caso negativo, regressava algumas semanas depois novamente, até que o problema fosse solucionado.
“É o meu jeito de trabalhar, podem ou não gostar. Sou muito feliz fazendo, me sinto em casa. No outro dia, minha filha falou: ‘Mãe, sua blusa estava toda suada’. Respondi: ‘Filha, estava gravando em Bangu, meio-dia, não vai ter suor?’. Tem suor, tem o cafezinho. Se eu tiver andando e tropeçar, vai entrar o tropeço. Se eu sentar na calçada pra falar com alguém, vai mostrar. Ah, esse ângulo tem mais sol do que o outro? Não tem problema, é ali que a gente está”, disse em uma entrevista para o Memória Globo.
Luta contra o câncer
Desde março deste ano, Naspolini enfrentava o câncer pela quinta vez. Na época, ela anunciou que a doença não estava regredindo com o tratamento via oral, e que precisaria fazer uma quimioterapia venosa.
De acordo com a filha Julia, desde então, o câncer evoluiu e se espalhou por outros órgãos do corpo, principalmente pelo fígado. A primeira vez que Naspolini enfrentou um câncer foi em 1991, quando a jornalista se tratou de um linfoma, aos 18 anos. O tratamento durou cerca de um ano.
No início de 2010, os médicos encontraram um nódulo maligno na mama direita. No final do mesmo ano, outro tumor, dessa vez na tireoide. Nos dois casos, a descoberta precoce foi determinante para que a doença regredisse.
Em 2016, Naspolini enfrentou mais um câncer de mama. Por fim, o câncer na bacia, que se espalhou por outros órgãos.
Fonte: portal g1
Foto: Reprodução/TV Globo