O Ministério Público (MP) estadual pediu à Justiça o afastamento dos quatro policiais militares do 41º BPM (Irajá) envolvidos na operação que resultou na morte de Lucas Azevedo Albino, de 18 anos, na entrada do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. Requerida por meio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), a medida cautelar prevê que os PMs sejam suspensos do exercício de suas funções, sejam proibidos de ter contato com testemunhas do caso e que seja suspensa a autorização desses policiais para portar arma de fogo enquanto durarem as investigações.
Outra medida solicitada é a produção antecipada de prova para a tomada de depoimento da mãe de Lucas, Laura Ramos de Azevedo, que está em tratamento de um câncer em estágio avançado.
O boletim de atendimento de Lucas revela que o jovem chegou ao Hospital estadual Carlos Chagas já morto. O documento, que faz parte da investigação do Ministério Público e foi obtido pelo EXTRA, contradiz o depoimento dos policiais que mataram e levaram Lucas à unidade de saúde. À Polícia Civil, eles afirmaram que, após balearem o jovem, o socorreram até o hospital. Segundo o relato dos PMs, Lucas morreu no Carlos Chagas. Já o boletim informa que Lucas “dá entrada já cadáver”.
O documento é mais uma prova da investigação que corrobora a versão da mãe de Lucas, que acusa os PMs de terem executado Lucas no trajeto da favela até a unidade de saúde. Os agentes afirmam que revidaram disparos feitos contra a viatura na entrada da favela e balearam Lucas. Depois, dizem o ter socorrido. Já Laura diz que Lucas não estava armado, não atirou contra os policiais e, depois de ser baleado nas costas, foi colocado ainda vivo pelos PMs dentro da viatura. Segundo a mulher, o adolescente chegou ao hospital meia hora depois morto com um tiro na cabeça. Desde o dia do crime, 30 de dezembro, Laura investiga o caso por conta própria, apesar de lutar contra um câncer em estágio avançado no pulmão.
Fonte: Jornal Extra