O número de acidentes de trânsito que resultaram em morte aumentou 15% no Rio de Janeiro em um ano. E esse não é o único indicador de violência no trânsito que cresceu, segundo os dados do ISP, apresentados pelo RJ2 nesta quinta-feira (26).
Na comparação entre o 1° semestre de 2023 com o mesmo período de 2024, o levantamento também indicou aumento no número de atropelamentos; homicídios culposos no trânsito; pessoas dirigindo embriagadas; e motoristas sem habilitação.
Indicadores de violência no trânsito:
- Acidentes de trânsito com morte aumentou 15%;
- Atropelamentos aumentaram 14%;
- Homicídios culposos no trânsito subiram 16,3%;
- Número de pessoas dirigindo sob o efeito de álcool aumentou 24,6%;
- e o total de motoristas flagrados dirigindo sem habilitação aumentou 22,7%.
Falta de fiscalização
Furar sinal fechado, dirigir entre os carros, atravessar fora da faixa de pedestres e ignorar equipamentos de segurança. Esses são alguns dos motivos para o aumento dos acidentes nas vias do estado.
Segundo especialistas em transportes entrevistados pelo RJ2, o aumento nos indicadores de violência é resultado de um somatório de fatores, mas principalmente por falhas na fiscalização.
Na opinião de Leandro Rocha, professor do departamento de construção civil e transporte da Uerj, outro ponto de atenção é o aumento do número de condutores imprudentes.
“Aumentou muito a quantidade de motociclistas, entregadores de app, motoristas de app, transporte de app, vans ilegais, o transporte irregular, de maneira inadequada cresceu muito”, comentou Rocha.
“As pessoas estão com muita pressa e pouca educação para respeitar o próximo e o direito do próximo no trajeto no dia a dia. (…) Tem que intensificar a fiscalização. As pessoas não gostam de multa. A fiscalização é essencial pra coibir motoristas sem habilitação, embriagados. A fiscalização é essencial pra reduzir esses números que são alarmantes”, completou o especialista.
Vítimas da imprudência
Nessa estatística violenta existem acidentes mais e menos graves, feridos com maior ou menor intensidade. Mas tem um dado que não dá para medir: A dor de quem perde alguém nessa disputa desigual entre pedestres e carros em alta velocidade.
A mãe da Daiana da Silva entrou para essa estatística de mortos no trânsito. Há duas semanas, Maria Aparecida da Silva, de 54 anos, foi atropelada na Freguesia, na Zona Oeste, quando saía do trabalho, por volta das 22h30.
O motorista, o fisioterapeuta Daniel Gomes Francisco, foi liberado na delegacia. Segundo a filha da vítima, que foi ao local do acidente, testemunhas disseram que ele estava em alta velocidade.
“O corpo dela caiu numa arvore, quebrou um negócio de concreto que tinha lá protegendo a árvore. A minha mãe tinha 54 anos e ela tinha mais disposição do que eu, dois empregos, empregada doméstica e cozinheira a noite”, contou Daiana.
“Eu espero que o estado, o MP não seja omisso e que minha mãe não seja mais uma. Eu vou lutar e só vou parar quando ver ele dentro da cadeia porque ele tem que pagar o que ele fez com a minha mãe”, afirmou a filha da cozinheira.
A Polícia Civil informou que Daniel Gomes Francisco se recusou a fazer o exame toxicológico e, por isso, só foi realizado o exame clínico, que indicou capacidade psicomotora inalterada.
“Infelizmente entes queridos deixam filhos, netos, família que os ama e a outra pessoa que saiu pela porta da frente da delegacia segue a sua vida normalmente”, questionou o empresário Caio Augusto.
Segundo a polícia, a investigação está em andamento e diversos elementos serão analisados, como as oitivas de testemunhas e os laudos periciais.
Fonte: g1.globo.com
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