Em Davos, na Suíça, desde ontem (22) para o Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro respondeu perguntas sobre a polêmica envolvendo seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), sua ligação com suspeitos de integrar milícias e com seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Em entrevista à Agência Bloomberg, o parlamentar afirmou que, caso as acusações contra Flávio sejam comprovadas, “se arrepende como pai, mas [Flávio] terá que pagar o preço”.
“Se por acaso ele [Flávio] errou e isso for provado, eu me arrependo como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações, que não podemos aceitar”, disse o presidente. O Ministério Público do Rio de Janeiro e o Coaf investigam movimentação financeira suspeita do ex-assessor do senador eleito pelo PSL-RJ, quando Flávio ainda era deputado estadual. Segundo o relatório do Coaf, Flávio teria recebido, em cinco dias, 48 depósitos de R$ 2 mil, totalizando R$ 96 mil. O ex-deputado se defendeu, declarando que a quantia foi recebida após a venda de um imóvel, porém, as datas dos depósitos não conferem com a data nos documentos do imóvel, que foi comprado por um jogador de vôlei. Fabrício Queiroz teria recebido ainda, em sua própria conta, transferências de outros assessores de Flávio, e passado para a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro, uma quantia de R$ 24 mil.
Nesta terça-feira (22), a polícia encontrou ligações entre o senador eleito e alguns policiais acusados de integrarem grupos de milícia no Rio, suspeitos de participação na morte da vereadora Marielle Franco. Flávio teria empregado, por recomendação de Queiroz, a mulher e a mãe de um dos acusados, e teria, ainda, concedido homenagem na Alerj para dois dos possíveis milicianos, em 2003 e 2004. A mãe de um dos policiais envolvidos na investigação, Raimunda Veras Magalhães, ainda foi citada no relatório do Coaf por ter repassado determinada quantia para a conta de Fabrício Queiroz.