Bolsonaro e aliados são alvo da PF em investigação sobre tentativa de golpe; o que se sabe até agora

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (8/2) uma operação especial para investigar uma organização.
às
bolsonaro
Foto: REUTERS

Tentativa de golpe

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (8/2) uma operação especial para investigar uma organização acusada de “tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito” nos períodos que antecederam e se seguiram às eleições presidenciais de 2022, em uma tentativa de garantir a “manutenção do então presidente da República (Jair Bolsonaro) no poder”.

Ao menos duas fontes confirmam à BBC News Brasil que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo da operação Tempus Veritatis e que foi expedido um pedido para que entregue seu passaporte às autoridades.

Em um post na rede social X (antigo Twitter), o assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que o ex-presidente cumprirá as ordens da PF de entregar o passaporte e não manter contato com os demais investigados.

Pelo menos nove aliados e ex-ministros de Bolsonaro também são alvo da PF na investigação.

Três deles já foram presos preventivamente:

  • Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro;
  • O coronel do Exército Marcelo Câmara, também ex-assessor de Bolsonaro e que era investigado no caso da suposta fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente;
  • e o major do Exército Rafael Martins de Oliveira.

Também há um mandado de prisão contra o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto, que está no momento no exterior.

Também foram alvo de mandados de busca e apreensão, segundo fontes da PF ouvidas pela BBC:

  • general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
  • Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido do presidente pelo qual ele disputou a reeleição;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
  • e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha.

De acordo com nota da PF, estão sendo cumpridos ao todo 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que apura a atuação de milícias digitais.

Ainda segundo a PF, o Exército acompanha o cumprimento de alguns mandados.

As medidas incluem ainda a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

A operação está sendo realizada nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

As apurações apontam que “o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

Segundo a polícia, o primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da “disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”.

O segundo eixo de atuação consistiu na “prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Segundo a PF, a mesma organização criminosa também é investigada por:

  • ataques virtuais a opositores;
  • ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e ao processo eleitoral;
  • ataques às vacinas contra a covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia;
  • uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens (que inclui o caso das joias).
tentativa de golpe/ Foto: REUTERS

Fonte: bbc.com

Veja também: PMs são presos por suspeita de matar policial que investigava atuação de milícias no Rio e nos acompanhe nas redes sociais.

Veja também

O aparecimento de várias espécies de aves marinhas na Região dos Lagos tem sido frequente. Nesta semana, órgãos de monitoramento
às

Deixe aqui sua opinião

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Últimas Notícias