ELEIÇÕES 2024 EM SILVA JARDIM
Pela primeira vez nos últimos 20 anos eu não participo de uma campanha política em Silva Jardim. Não apoio nem torço por nenhum candidato a prefeito. Não fui a comícios, nem a reuniões partidárias, convenções ou coisas parecidas. Não vesti camisetas. Tenho o meu candidato a vereador para o qual pedi votos, obviamente, sem, no entanto, ter o compromisso de votar no concorrente a Prefeito da coligação dele. Como jornalista e colunista que sou, não publiquei nenhum artigo com referência à política do Município nos últimos anos. Preferi continuar escrevendo as minhas crônicas sobre outros assuntos que considerei mais interessantes de abordar.
Mas também nenhum concorrente às eleições majoritárias me procurou para “conversar” nem para pedir votos. Sinal de que a minha participação política não tem realmente nenhuma importância. Isto embora, modéstia a parte, como jornalista, professor, poeta e Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura eu seja um formador de opinião. Mas parece que isso também não tem nenhuma relevância no contexto político-eleitoral de Silva Jardim.
Os candidatos não ligam para isso e preferem os cabos eleitorais puxa-sacos, de elogios fáceis, pedintes e recebedores de favores eleitorais, tapinhas nas costas, assim como os eleitores e “divulgadores” que fazem barulho, como explosões de canos de descargas de motocicletas em carreatas e passeatas, por exemplo. Ou, porque como costumam dizer também, o que ganha eleições é dinheiro na boca de urna no dia do pleito e, não, propaganda seja lá de quem ou de que tipo for. Mesmo assim, as diferentes coligações e candidatos fizeram bastante barulho na cidade promovendo passeatas como a que ocorreu no último sábado (28/09) tendo início na Avenida Silva Jardim e fim em frente à Prefeitura (foto acima).
Vale lembrar que eu comecei a participar de governos e da política em Silva Jardim como jornalista (Assessor de Imprensa) em 2005, no segundo mandato do prefeito Augusto Tinoco. Com a eleição de Marcelo Zelão, em 2008, permaneci no cargo, haja vista desempenhar uma função técnica de interesse para o governo. Com a vitória de Wanderson Alexandre, em 2012, também fui mantido no cargo tendo em vista os mesmos motivos independentemente de compromissos políticos partidários, embora obviamente eu tenha sido leal à confiança em mim depositada. Com a saída de Anderson Alexandre, em 2016, para concorrer ao cargo de deputado estadual, também deixei o cargo de assessor.
Cito essas passagens para demonstrar que sempre fui um profissional comprometido com o trabalho técnico de jornalista, embora leal aos diferentes governos que me acolheram como tal e pelos quais passei ao longo dessas duas décadas. Creio que o trabalho de divulgação das ações desses diferentes governos nas assessorias de imprensa pelas quais passamos certamente contribuiu para melhorar suas posições políticas perante os eleitores. Isto embora alguns deles não reconheçam esse fato.
Certa vez ouvi alguém dizer que um político antigo do Município falara que eu sou um excelente profissional, mas que era uma pena o fato de eu não ser “político”. Político eu até sou, só não sou partidário nem misturo o meu profissionalismo com partidarismos de última hora. Eu passei como Assessor de Imprensa por esses vários governos, mas sempre deixando claro que eu recebia os meus salários pela prestação dos meus serviços. E, não, pela venda da minha consciência ou opinião nem para compactuar com quaisquer atos ilícitos que eles porventura praticassem.
Não há como negar que a campanha está polarizada entre dois candidados. A atual Administração, embora sua representante seja a franca favorita, não apresentou trabalho que justifique a sua eventual reeleição. Como dizem na cidade, “ela não conseguiu começar nenhuma obra desde a fundação limitando-se a promover reinaugurações de obras reformadas”. Quanto ao seu opositor direto, sem nunca ter exercido um cargo executivo, também não tem trabalho convincente a mostrar, limitando-se às tradicionais promessas as quais os eleitores já estão cansados de ouvir e nas quais não podem mais acreditar. Pelo sim ou pelo não, desejo que vença o que tiver mais “garrafas vazias” para vender.
Evaldo Peclat Nascimento é Jornalista, Professor, Poeta e Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura de Silva Jardim.