Defensora pública aposentada chama entregador de ‘macaco’ em Niterói, RJ; VÍDEO

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A Polícia Civil investiga um caso de injúria racial em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Um vídeo que circula por redes sociais mostra uma defensora pública aposentada chamando um entregador de “macaco” (veja acima).

No último sábado (30), dois entregadores contam que fizeram entrega para um site de vendas em um condomínio de luxo e, por volta das 15h30, estacionaram a van na frente da casa da senhora, onde fizeram uma entrega.

No registro de ocorrência, realizado na terça-feira e ao qual a reportagem teve acesso, a autora não foi identificada, mas a defesa das vítimas apurou junto à Defensoria Pública que era uma defensora pública aposentada – o nome não foi divulgado.

Segundo Joab Gama de Souza, advogado responsável pela defesa das vítimas, a mulher pediu que os trabalhadores tirassem o veículo da porta da casa dela para que pudesse sair com seu próprio carro. O motorista estava fora da van, e o colega dele informou que não poderia fazer a manobra porque não tinha carteira de motorista.

Começou, então, um bate-boca. Segundo Daniel Vargas, advogado da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Alerj, que acompanha o caso, a mulher tentou quebrar o vidro e o espelho retrovisor do carro e, por isso, um deles começou a filmar.

Foi quando ela, antes de entrar no carro e sair, chamou um dos entregadores, ambos negros, de “palhaço, otário, babaca, macaco”, de acordo com o registro. No vídeo, dá para ouvir claramente a palavra “macaco”.

“A senhora saiu da casa e já pediu que o entregador tirasse o carro imediatamente dali. O ajudante respondeu que ela precisaria esperar o motorista chegar, porque ele não tinha carteira de motorista. Na mesma hora, ela perdeu o controle e começou a ofender os dois. Em seguida, ela começou a jogar objetos na direção da van. Antes de entrar no carro, ela xingou o motorista de macaco e foi embora”, contou o advogado das vítimas Joab Gama de Souza.

A reportagem tenta contato com a mulher citada no texto.

Segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada na 81ª DP (Itaipu) como “injúria por preconceito”. Imagens de câmeras de segurança foram solicitadas e a autora será intimada para prestar esclarecimentos.

A Defensoria Pública do Rio informou à defesa das vítimas que a mulher não atua mais como defensora pública e está aposentada desde novembro de 2016.

“A Defensoria Pública do Rio reitera que é absolutamente contrária a qualquer forma de discriminação e tem na Coordenadoria de Promoção da Equidade Racial (Coopera) e no Núcleo de Combate ao Racismo e à Discriminação Étnico-Racial (Nucora) ferramentas capazes de colaborar para a valorização de ações afirmativas”, diz a nota.

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