Candidato a vice-governador do RJ é um dos alvos de força-tarefa que investiga contratos milionários da Saúde

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Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do RJ na chapa de Cláudio Castro (PL), é um dos alvos da Operação Anáfora, deflagrada nesta quinta-feira (1º) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A força-tarefa investiga um suposto favorecimento na contratação de uma cooperativa de trabalho pela Secretaria de Saúde de Caxias. O contrato e aditivos ultrapassaram R$ 563,5 milhões em pouco mais de dois anos.

Também é alvo Mário Peixoto, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) após a Operação Favorito, de maio de 2020. O empresário é apontado pela Justiça como beneficiário no esquema de corrupção do governo Wilson Witzel – que sofreu um impeachment com pouco mais de um ano de governo.

Agentes saíram para cumprir 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias (3), Maricá (1), Angra dos Reis (2), Mesquita (1), Niterói (1), Nova Iguaçu (1) e na capital (18).

Até a última atualização desta reportagem, Washington Reis não tinha se manifestado. Entre os alvos, também estão empresários, operadores financeiros, “laranjas” e prováveis líderes do esquema criminoso.

De acordo com as investigações, a cooperativa é de uma quadrilha que desvia dinheiro público há anos, principalmente na área da saúde.

Operação Favorito

A Controladoria-Geral da União afirma que essa organização criminosa “já foi investigada na Operação Favorito, deflagrada em maio de 2020, para a prática de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro”.

Dessa operação, um desdobramento da Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 17 pessoas “por danos à Saúde do RJ”.

Entre os denunciados também estava, além do empresário Mário Peixoto, o ex-deputado estadual Paulo Melo.

Indícios apontados pela CGU

A investigação da CGU verificou diversos fatos que apontam para o direcionamento de licitação e favorecimento da instituição contratada:

  • opção por pregão presencial em vez de eletrônico;
  • inserção de cláusulas restritivas no edital;
  • falta de clareza na definição dos serviços e quantitativos objeto da contratação;
  • descumprimento de cláusulas.

Também foi constatado um sobrepreço aproximado de R$ 53,6 milhões na planilha de composição de custos dos serviços para um ano de contrato.

‘Corrupção sistêmica há décadas’

“A cooperativa em questão pertence à estruturada e complexa organização criminosa que vem operando no Estado do Rio de Janeiro em um contexto de corrupção sistêmica, por meio de desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde, há décadas”, afirma a PF.

Chamou a atenção dos investigadores “a repetição do seu modo de atuar, tanto na constituição de empresas geridas por interpostas pessoas, quanto na forma de contratar com entes públicos”.

“Através de uma densa confusão patrimonial e administrativa existente entre as pessoas jurídicas pertencentes ao grupo, as práticas delitivas se repetiam, de maneira recorrente, assim como uma anáfora”, emenda a Polícia Federal.

O que é uma anáfora?

“O nome da operação faz referência a uma figura de linguagem muito utilizada por escritores através da repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. Empregada na poesia e na música, a anáfora aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos consecutivamente”, explica a PF.

Um exemplo de anáfora é a canção “Águas de Março”, de Tom Jobim, cujos versos “É pau, é pedra, é o fim do caminho/ É um resto de toco, é um pouco sozinho/ É um caco de vidro, é a vida, é o sol/ É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol” repetem o verbo ser.

A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém a plataforma Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.

Crédito: Portal g1

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