A mãe de Pedro Henrique Gonzaga, de 19 anos, que foi morto por asfixia em unidade do Extra, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (14), afirmou que o filho não tentou pegar a arma do vigilante acusado de sufocá-lo com um “mata leão”, Davi Ricardo Moreira Amâncio. Dinalva de Oliveira prestou depoimento na tarde de ontem (19) na Delegacia de Homicídios na Barra, mesma região onde o supermercado onde ocorreu o crime está localizado. Dinalva afirmou, ainda, que outro segurança a impediu de se aproximar do filho, no momento do ocorrido.
A mãe do jovem chegou à delegacia acompanhada de seu advogado, abalada, onde foi ouvida pelo delegado Antônio Ricardo. O advogado Marcello Ramalho comunicou à imprensa o relato de Dinalva. “Ela está bastante abalada com isto que ocorreu. Estamos confiantes no trabalho da Polícia Civil, que deverá levar esta conduta para homicídio doloso”, informou, confirmando que a mãe da vítima negou que ele tenha tentado tomar a arma do vigilante. “Isto não existiu, em momento algum. Ele passou mal, correu, o segurança promoveu a imobilização e aplicou uma técnica de execução”, disse Ramalho, que acredita, ainda, que os outros vigilantes que não interviram na cena devem ser acusados de participação no homicídio.
Davi Ricardo Moreira Amâncio e os outros vigilantes presentes no momento do crime devem prestar depoimento nesta quarta-feira (20).
Relembre o caso
Pedro Henrique Gonzaga, de 19 anos, morreu após ser sufocado por um segurança no supermercado Extra na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na tarde da última quinta-feira (14). O vigilante acusou o rapaz de ter tentado tomar sua arma, motivo que o teria levado a imobilizá-lo. A versão foi inicialmente confirmada pelo supermercado. Vídeos circularam as redes sociais mostrando Pedro recebendo uma “gravata” e aparecendo desacordado debaixo do corpo do vigilante. Nas imagens, testemunhas alertam o acusado, Davi Ricardo Moreira Amâncio, que Pedro está desacordado e que “está roxo”. O rapaz chegou a ser levado para uma unidade de saúde, mas apresentou quadro de parada cardiorrespiratória e morreu.
Imagens divulgadas dias após o ocorrido mostram os últimos momentos de Pedro Henrique. No vídeo, ele aparece conversando com o vigilante, quando cai e é levantado. Em seguida, cai novamente, momento em que teria sido imobilizado pelo agente. Um laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal nesta semana confirma que o jovem morreu asfixiado por estrangulamento.
Supermercado rompeu contrato com empresa de vigilância
Em nota, o Extra anunciou ter rompido o contrato com a empresa terceirizada que presta serviços de segurança à rede de supermercados e hipermercados, declarando ainda que está “colaborando plenamente com as investigações” e prestando solidariedade aos familiares da vítima.
Confira a nota na íntegra:
“O Extra informa que rescindiu o contrato com a prestadora de serviços de segurança na data de hoje, independentemente da conclusão do processo de investigação.
A empresa tem total interesse na apuração integral dos fatos e está colaborando plenamente com as investigações, pautando-se pelos princípios da lealdade e busca total da verdade.
O Extra reitera que se solidariza com os familiares de Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, já estando inclusive à disposição para um contato no tempo que considerarem adequado.”