Após atingir o pico da série histórica em dezembro, o volume de serviços prestados no país teve queda de 3,1% em janeiro, frente a dezembro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda é a maior da série histórica. Para este indicador, que inclui o ajuste sazonal, a série da pesquisa começa em 2012.
Em dezembro, a variação tinha sido de 2,9% (após revisão de dado divulgado inicialmente como alta de 3,1%). O indicador atingiu, em dezembro, o ponto mais alto de sua série histórica, iniciada em janeiro de 2011. Em janeiro, o patamar de serviços se encontrava, 10,3% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020.
Considerando todos os meses, o recuo de 3,1% é o mais intenso desde março de 2021 (-4,2%). Naquele momento, lembra o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o Brasil vivia mais uma onda de covid-19, com receio de contaminação e retomada de isolamento social mais intenso.
Ao comentar a queda de 3,1%, Lobo negou que o resultado tenha qualquer relação com a atualização da pesquisa, que é parte da rotina do IBGE e passou a valer em janeiro.
“A gente tem que lembrar que essa perda de janeiro vem depois de o setor de serviços ter atingido o pico da série histórica em dezembro. Então a base de comparação do setor é extremamente elevada”, explica o gerente do IBGE.
Na comparação com janeiro de 2022, o indicador teve alta de 6,1%, a 23ª alta seguida. No resultado acumulado em 12 meses até janeiro, houve aumento de 8%.
A queda na série com ajuste sazonal foi bem maior que a estimada pela mediana das estimativas de 25 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de recuo de 1,4%. O número veio também abaixo do piso das projeções, que iam de -2,1% a +1,2%.
Já a expectativa mediana para o resultado de janeiro de 2023 frente a janeiro de 2022 era de alta de 7,5%, com crescimento entre 4,6% e 10,5%.
A divulgação de janeiro é a primeira da Pesquisa Mensal do Serviços (PMS) após a reestruturação das pesquisas conjunturais do IBGE, que significa também a divulgação de uma nova série histórica, com o encadeamento entre a nova pesquisa e a antiga.
A atualização da pesquisa, que ocorre de forma periódica na rotina do IBGE, inclui uma nova amostra de empresas, inclusão e exclusão de atividades e alterações nos pesos dos produtos, entre outras mudanças.
Na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), foram incluídas empresas de delivery, de aplicativos de transporte e de streaming de música e de filmes/séries, por exemplo, que não estavam antes. A nova amostra contempla 11.124 empresas.
3 de 5 atividades em queda em janeiro
Três das cinco atividades acompanhas pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) tiveram queda na passagem entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Os destaques negativos vieram de transportes (-3,7%) e de outros serviços (-9,9%). O primeiro segmento eliminou o ganho de 3,2% observado nos dois últimos meses de 2022, enquanto o segundo devolvendo integralmente a expansão de 9,4% verificada em dezembro.
O outro recuo do mês veio dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,5%), após terem registrado expansão de 3,8% no período novembro-dezembro de 2022.
Por outro lado, informação e comunicação (1,0%) e serviços prestados às famílias (1,0%) tiveram contribuição positiva no mês. No primeiro caso, o setor recuperou parte da queda (-2,5%) verificada nos dois últimos meses de 2022. Já os serviços prestados às famílias tiveram a segunda alta seguida, com ganho acumulado de 3,5%.
Crédito: g1.globo.com