“Moro aqui há 50 anos e nunca tivemos água tratada. O jeito que encontrávamos era pegar água diretamente do Rio Guandu, mas muitas vezes ela vinha suja. As crianças já chegaram a passar mal, mas não tinha outra saída”, esse é o relato de Maria de Fátima, de 68 anos, moradora do bairro Nova Belém, em Japeri. Sua história comprova que investimento em saneamento básico é investimento em saúde. Esta máxima também é validada por números apurados por estudos do Trata Brasil. Neste Dia Mundial da Saúde, celebrado todo dia 7 de abril, já é possível perceber alguns avanços nas 27 cidades atendidas pela Águas do Rio.
De acordo com dados do Instituto, a atuação da empresa, em sua área de concessão, vai gerar uma economia ao sistema de saúde pública na ordem de R$ 101,4 milhões nos próximos 35 anos. O valor será reflexo da diminuição de números de casos de pessoas afetadas por doenças transmitidas por água sem qualidade. Maria de Fátima faz parte de umas das 250 mil famílias que passaram a ter água encanada de qualidade após a chegada da Águas do Rio.
“Alcançar a meta da universalização levará tempo. É um desafio enorme, que requer um planejamento sério e comprometido. Mas saber que todos os dias o nosso trabalho impacta positivamente na saúde das pessoas e transforma suas vidas para melhor é que o nos move”, ressaltou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
No bairro Parque São Vicente, em Belford Roxo, Ketlyn Gonçalves foi uma das 2.500 pessoas beneficiadas com os três mil metros de novas redes de água, além da instalação de uma bomba para atender a região. “Depois de muita luta, muitos anos, nós temos água. Graças a Deus!”, desabafou Ketlyn, que lembrou dos períodos de dificuldade: “Foi complicado. Como tenho duas crianças pequenas, se torna mais difícil ainda passar por toda essa situação. Eles já até passaram mal, tiveram vômitos e diarreia por causa da água de antes. Mas agora as coisas estão bem melhores. Tenho água de qualidade nas torneiras”, ressaltou.
Em Sampaio Corrêa, no 3º distrito de Saquarema, a Águas do Rio finalizou uma obra de extensão de 900 metros de rede de água tratada, com a interligação de 18 ruas. Na região, o abastecimento mais comum era através de poço artesiano. Ciente dos riscos desse tipo de captação, José Rodrigues, morador local, relatou o alívio de ter uma fonte confiável. “A gente usava direto, mas podia vir contaminada por estar perto do esgoto, não era segura. Gostei de ver o trabalho da Águas do Rio aqui, temos água boa, estou muito feliz”, destacou.
Economia na saúde em dados
Nos próximos 35 anos, a universalização do saneamento nos 27 municípios que fazem parte da concessão da Águas do Rio vai gerar uma economia de R$ 25,1 milhões no bloco 1 e R$ 76,3 milhões no bloco 4, nos custos com saúde pública. Luana Pretto, CEO do Instituto Trata Brasil, falou sobre o impacto positivo dessa economia.
“São R$100 milhões que deixarão de ser gastos com internações por conta de doenças de veiculação hídrica. Isso significa também um ganho de produtividade e ascensão social dessa população que passa a ter o mínimo de dignidade e de melhoria de saúde, além de qualidade de vida para poder exercer suas atividades”, pontuou, Luana, que completou: “As crianças menores são as mais impactadas por conta da falta de saneamento básico. Isso gera internações e, em casos extremos, até mortes. O acesso ao saneamento não só melhora a saúde delas, mas também amplia a possibilidade de um estudo com menor atraso escolar e, com isso, uma melhor possibilidade de desenvolvimento social e econômico no futuro”, finalizou.
Sobre a atuação da Águas do Rio
Em um ano e quatro meses de operação, a Águas do Rio já realizou a implantação de 160 km de rede de água, em toda a sua área de atuação. Mais de 3,3 milhões de pessoas foram beneficiadas com as melhorias no abastecimento de água e 1,7 milhão com melhorias no sistema de esgoto. Mais de 1,3 bilhão foram investidos até o momento.