Bolsonaro diz que o Brasil está aberto para sediar base militar americana

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Em entrevista ao SBT, após dizer que o apoio da Rússia à ditadura do presidente Nicolas Maduro, na Venezuela, aumentou significativamente as tensões na região, Bolsonaro foi perguntado se permitiria a presença militar americana no Brasil. “Dependendo do que acontece no mundo, quem sabe se não precisaríamos discutir essa questão no futuro”, respondeu Jair Bolsonaro. “O Brasil precisa é ter supremacia aqui na América do Sul”.

Em sua entrevista a Eliane Cantanhêde, no Estadão, o secretário de estado americano, Mike Pompeo, agradeceu a oferta de Jair Bolsonaro para a instalação de uma base militar norte-americana em solo brasileiro.

“Isso é algo que estamos constantemente avaliando aqui nos EUA: qual a melhor forma de ter bons parceiros na região, bons parceiros ao redor do mundo, e onde, quando e como instalar nossas “US forces”. Essa é uma discussão colocada o tempo todo, e nós ficamos satisfeitos com a oferta do presidente Bolsonaro. Eu estou confiante de que vamos continuar as discussões sobre todo um conjunto de temas com o Brasil, enquanto o novo governo vai colocando seus pés no chão. Isso é algo que nós estamos desejando muitíssimo “, declarou Pompeo.

No entanto, a ideia é vista com certo desconforto por parte das Forças Armadas do Brasil e por membros do governo.  O Ministério da Defesa disse no sábado (05) que não foi informado de tal proposta de Bolsonaro. “O presidente não discutiu isso com o ministro da Defesa”, disse a major Sylvia Martins, porta-voz do ministério.

O chanceler Ernesto Araújo confirmou a disposição de Bolsonaro de permitir uma base norte-americana em comentários a repórteres em Lima na sexta-feira (04) durante uma reunião do Grupo Lima de 13 países que monitora a crise política e econômica da Venezuela. Araújo disse que Bolsonaro discutirá a oferta de base com Trump durante uma esperada visita a Washington em março.

O Brasil já sediou uma base militar americana. Parnamirim Field, foi construída em 1942 no auge da Segunda Guerra Mundial, e serviu como base de apoio às tropas aliadas que lutavam na África, além de ponto focal de luta contra os submarinos nazistas que assombravam o Atlântico Sul. Na época, era a maior base da Força Aérea norte-americana em território estrangeiro.

Com um contingente de mais de 10 mil soldados americanos, esta presença mudou radicalmente a até então pequena capital, que à época possuía 55.000 habitantes. Mais do que uma importante participação durante o conflito armado mundial, a influência cultural dos americanos marcou para sempre a cidade brasileira.

Atualmente há uma missão permanente dos fuzileiros navais dos Estados Unidos na cidade de Santos, litoral paulista. Pertencentes ao U.S. Naval Forces Southern Command (Comando Naval Americano do Atlântico Sul).

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