Denúncias de assédio sexual na Caixa levam a devassa de órgãos públicos no banco

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal notificou a Caixa Econômica Federal pedindo que seja entregue ao órgão o conteúdo de todas as denúncias por funcionários feitas contra o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães. Ele deixou o cargo nesta quarta-feira (dia 29) em meio ao escândalo provocado por denúncias de assédio sexual feitas por empregadas da instituição financeira. Há também relatos de assédio moral.

A apuração do MPT, porém, não será a única. Com a grande repercussão do caso, várias frentes foram abertas para investigar a conduta de Guimarães e como a Caixa lidou com isso. Na noite desta quarta-feira, o banco admitiu que também conduz uma apuração interna.

As denúncias já são objeto de uma investigação sigilosa do Ministério Público Federal e foram reveladas na terça-feira (dia 28) pelo site Metrópoles, que entrevistou cinco vítimas. Os relatos vão de propostas constrangedoras, frases inconvenientes até toques indevidos em partes de seus corpos. A investigação pode resultar em uma denúncia criminal.

Logo após a publicação da reportagem, a Caixa informou ao site que “não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo”. Horas depois de Guimarães deixar o comando da Caixa, o banco admitiu pela primeira vez que recebeu “relato” de assédio sexual pelo canal de denúncias. Segundo nota divulgada na noite de ontem, há uma investigação sigilosa em andamento na corregedoria da instituição.

Carta de demissão

Em sua carta de demissão, antecipada pela colunista do GLOBO Bela Megale, Guimarães negou as denúncias e disse que não teve oportunidade de se defender. “É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”, afirmou.

A notificação do MPT foi enviada à Caixa e também a Pedro Guimarães na tarde desta quarta-feira. Com isso, poderá buscar a responsabilização pessoal do ex-presidente do banco público mesmo que ele já tenha deixado o cargo. O órgão também pediu a relação de denúncias enviadas ao canal interno de comunicações contra outros executivos do banco, desde 2019. A instituição financeira terá dez dias para responder.

A chamada “notícia de fato” foi oferecida ontem pelo procurador do Trabalho Paulo Neto. Como é o responsável por investigar casos relacionados ao tema no MPF do Distrito Federal, caberá a ele mesmo fazer a análise preliminar das denúncias e decidir se dá seguimento às investigações.

No Congresso, o líder da oposição no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou ainda na terça-feira um requerimento pedindo a convocação de Guimarães para dar explicações na Comissão de Direitos Humanos sobre as denúncias de assédio.

#MeToo na mobilização

Nesta quarta-feira, funcionárias da Caixa fizeram um protesto em frente à sede do banco, em Brasília.

O movimento #MeToo Brasil entrou na mobilização em favor das funcionárias do banco que acusam o presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães, de assédio sexual. Em nota, a organização cobrou do governo Jair Bolsonaro uma investigação célere em conjunto com o apoio e reparação das vítimas.

 

Crédito: Extra

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