O deputado Marcos Abrahão (Avante) foi empossado na tarde de ontem (21) para o seu quinto mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Além do politico riobonitense, mais quatro deputados presos na Operação Furna da Onça, em novembro, acusados de terem recebido vantagens do esquema chefiado pelo ex-governador Sergio Cabral em troca de votações favoráveis ao governo na assembleia, foram beneficiados pela decisão da Mesa Diretora. Apesar de empossados, eles não irão receber salário nem terão direito a gabinete.
Abrahão tomou posse nas dependências do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, onde está preso desde novembro. Esta foi a primeira vez que o livro histórico de posse saiu de dentro da Alerj. André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT) e Marcus Vinícius Neskau (PTB) também tomaram posse no local. Depois, o livro seguiu para posse de Chiquinho da Mangueira (PSC), que está em prisão domiciliar.
A medida pegou os deputados de surpresa ao ser anunciada pelo presidente da casa André Ceciliano (PT), na abertura da sessão no plenário, na tarde de ontem (21). Os deputados presos estavam sendo empossados na mesma hora do anúncio no plenário. Os deputados Chicão Bulhões (Novo) e Renan Ferreirinha pretendem recorrer dessa decisão de dar posse aos deputados. O entendimento de vários parlamentares da Casa é que os cinco deputados não poderiam, pelo regimento, ter tomado posse fora da Alerj. Os partidos PSOL e PSB querem uma sessão extraordinária para discutir a posse dos deputados presos.
A Alerj divulgou nota dizendo que tomou essa decisão para atender o Tribunal Regional Federal da 2ª Região que teria conferido à casa a responsabilidade de empossar os eleitos e assegurar o cumprimento da Constituição Federal, que fixa a quantidade de 70 deputados para o pleno funcionamento da Alerj.
Logo após a divulgação desta nota, o TRF-2 lançou outra nota desmentindo essa versão. A nota dizia que “em momento algum autorizou ou determinou que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro desse posse aos deputados presos durante a Operação Furna da Onça e que a nota veiculada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro referente à posse desses deputados não corresponde aos fatos”.