A gravidez na adolescência vem sendo o tema de palestras e dinâmicas de grupos que têm reunido profissionais da secretaria de saúde e alunos das escolas municipais. Esses encontros são desdobramentos de uma parceria com a secretaria de Promoção Social, que capacitou os profissionais do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), do programa Criança Feliz, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), da Casa da Criança, além de Agentes Comunitários de Saúde, entre outros, para levarem informações e aturarem diretamente no combate a gravidez na adolescência.
A adolescência, idade compreendida, segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 10 e 19 anos, é uma época de várias descobertas. O pico nos níveis hormonais, por exemplo, pode levar ao início da vida sexual, que pode acontecer de forma desprotegida. Durante as palestras, além de tirar dúvidas sobre gravidez, os alunos também recebem orientações sobre métodos contraceptivos. Os profissionais da área de saúde já estiveram no Colégio Maurício Kopke, no Centro, e na Escola Municipal Professor Honesto de Carvalho (EMPHAC), na Mangueirinha, entre outras escolas, falando para adolescentes de 11 a 15 anos.
É grande a parcela da população jovem que ignora a existência de métodos contraceptivos ou, simplesmente, os conhece, mas não os adota. Por isso há uma grande incidência de casos de doenças sexualmente transmissíveis, além da gravidez indesejada nessa faixa etária. A falta de informação está relacionada diretamente com o aumento da gravidez na adolescência.
“Apesar do que muitos pensam, os adolescentes dos dias atuais possuem, sim, conhecimento sobre a existência de métodos contraceptivos, uma vez que informações são fornecidas nas escolas, televisão e até mesmo pela internet. Entretanto, a maioria não sabe prevenir-se de forma adequada, não compreendendo o funcionamento de cada método, utilizando-o de maneira errônea ou, simplesmente, abandonando seu uso por questões pessoais. Por isso é importante estarmos fazendo esse trabalho nas escolas, em parceria com a secretaria de Promoção Social”, garante a Coordenadora da Estratégia de Saúde da Família, Jamila Alves.
Gravidez na Adolescência – A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Gisele da Silva Ferreira, explicou que as adolescentes muitas vezes enfrentam sozinhas essas situações e, invariavelmente, têm dificuldades familiares e sociais. A necessidade de esconder a gestação faz com que deixem de buscar os serviços de pré-natal, tornando-as mais propensas à mortalidade materna. Além disso, ainda enfrentam o afastamento da escola, a perda do emprego, casamentos prematuros ou o estigma de mãe solteira, mudando seu projeto de vida e sua potencialidade individual.
“As alterações biológicas, psicológicas e culturais podem levar à ocorrência de uma série de complicações para a mãe e para o feto. Por isso, a gravidez na adolescência é sempre considerada de alto risco e é motivo de preocupação das organizações de saúde”, afirma.