Um forte tremor foi sentido por moradores da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, e do Vale do Ribeira, no interior, na manhã desta sexta-feira (16). A reportagem conversou com pessoas que se assustaram com as vibrações em diferentes cidades.
O Centro de Sismologia da USP informou que, às 8h22, ocorreu um tremor de terra de magnitude 4.0 na escala Richter. O epicentro está entre as cidades de Miracatu (25 km), Iguape (28 km) e Itariri (32 km), numa área pouco habitada.
O tremor foi sentido levemente até por moradores da cidade de São Paulo, Sorocaba e outras a mais de 100 km de distância. Segundo o Centro, os tremores de magnitude 4.0 podem ser sentidos até 100 km ou um pouco mais.
Ainda segundo a USP, a magnitude 4 não chega a causar preocupação. Os efeitos na região epicentral podem incluir pequenas trincas em reboco, queda de telha e outros objetos instáveis, e pequenos danos em casas de baixa qualidade.
A Defesa Civil do Estado também confirmou, por meio de nota, que um abalo sísmico foi sentido na região do Vale do Ribeira. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não receberam nenhum chamado para ocorrência com vítimas ou danos estruturais.
Flagrantes
Imagens obtidas pelo g1 nesta sexta-feira (16) mostram o momento exato do abalo sísmico que atingiu o litoral e o interior de São Paulo. No vídeo, registrado na região da Barra do Ribeira, em Iguape, é possível ver as câmeras de monitoramento balançando durante vários segundos (veja o vídeo abaixo).
Uma câmera de monitoramento flagrou o momento em que o tremor de terra atingiu uma casa em Pedro de Toledo, no interior de São Paulo. Os cães que vivem no local se desesperam ao sentirem abalo sísmico.
Relatos
Há também relatos de moradores de Itanhaém, Peruíbe, Pedro de Toledo, Miracatu e Registro, que sentiram os tremores (veja abaixo).
O autônomo Vinícius Santos da Silva, de 23 anos, mora em Itariri e estava falando no telefone quando sentiu o tremor. Ele estava conversando com a sogra, que está em Pedro de Toledo, e também sentiu as vibrações.
“Estava segurando meu filho no colo, aí senti o primeiro tremor e pensei que um caminhão tinha batido na pista, porque a gente mora perto. E sentimos o segundo, minha sogra também sentiu. Achamos surreal, todo mundo entrou meio em desespero” (veja o vídeo no início da reportagem).
Eliana Diniz mora em Peruíbe e sentiu o tremor às 8h22 desta sexta-feira. Ela mora em um conjunto habitacional da CDHU e estava no quarto. “Senti tudo tremer e veio alerta no meu celular e no dos meus filhos”, explica sobre um comunicado enviado pelo Google ao aparelho.
“Eu pensei que era alguém me sacudindo, olhei para o lado e não tinha ninguém. Pensei que era um dos meus filhos sacudindo a cama para eu levantar, mas não tinha ninguém, daí que veio aquele frio de medo”, ressalta Eliana.
Em Itanhaém, a escriturária Camila Watanabe Muniz, de 22 anos, estava trabalhando na prefeitura quando sentiu um leve tremor. “Senti minha mesa tremer e, até então, acreditei que fosse algum caminhão mais pesado passando na rua, então ignorei. Até que minha mãe entrou em contato comigo preocupada, perguntando se eu havia sentido o tremor, pois ela está em Iguape e sentiu um tremor mais forte”, conta.
A Defesa Civil de Itanhaém informou que realiza o acompanhamento dos fatos e mantém contato com a Defesa Civil do Estado de São Paulo.
A empresária Ana Paula Martins Bertoldi Gato, de 52 anos, sentiu as vibrações em Registro. Ela diz que nunca havia acontecido nada parecido na cidade e que a sensação foi horrível.
“Estávamos na cozinha e, de repente, a minha cristaleira e copos começaram a bater por aproximadamente 10 segundos. Sai correndo para a varanda da minha casa para ver se passava algum caminhão pela rua ou algo do tipo, mas imediatamente recebi as notificações de terremotos no celular”, enfatiza.
Crédito: g1.globo.com