Riobonitense que estava em voo pra Paris em que idosa morreu, conta como tudo aconteceu

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Na última segunda-feira (14), a notícia da morte de uma brasileira dentro do avião que seguia de São Paulo para Paris, e por isso foi feito um  pouso de emergência em Madri, circulou nos principais noticiários do país. Neste voo, havia uma riobonitense, a empresária Maria Regina Rodrigues, de 52 anos, que há quase um ano mora em Arlon, na Bélgica, e presenciou todo o caso. Ela estava sentada próximo a mulher que faleceu e contou à reportagem da Folha como tudo aconteceu dentro da aeronave, e, como foi a saga para chegar em casa.

Maria Regina chegou a Rio Bonito no dia 26 de janeiro, para acompanhar o nascimento da neta, e tinha sua passagem comprada para chegar em Paris no dia 14 de fevereiro, mas acabou chegando na cidade luz 24h depois.

A empresária contou que tudo estava normal no voo, quando um homem pediu licença a passageira que estava ao lado, para passar. Segundo Regina, que estava à quatro fileiras da cena, ele teria feito várias tentativas de contato com a mulher, mas ela não teria esboçado reação. Era a dona de casa Maria de Lourdes Araújo dos Santos, de 75 anos, que seguia para visitar os filhos que moram na França. Vendo a falta de reação da senhora, o passageiro então chamou a comissária.

Diferente do que diz a nota emitida pela Latam, empresa responsável pelo voo, “Desde o início da ocorrência, a empresa seguiu todos os procedimentos necessários a bordo (…)”, Maria Regina contou que a tripulação parecia despreparada para o socorro da senhora que estava passando mal.

“A Latam totalmente despreparada. Eles (a tripulação) estavam só andando de um lado para o outro. Quem socorreu ela (Maria de Lourdes), foram os médicos que estavam no avião, o da seleção (seleção feminina de futebol, que acompanhava a equipe para uma competição na França), e um outro médico também passageiro”, disse Regina.

Ela conta que Maria de Lourdes teve três paradas cardíacas, e viu os médicos tentando reanimá-la, mas 40 minutos após o início do socorro, a dona de casa faleceu. “Quando o médico veio e tentou reanimar com massagem cardíaca, eles decidiram fazer um pouso de emergência em Madri. Quando aconteceu, estávamos passando sobre Lisboa, mas ninguém imaginou ter que fazer um pouso de emergência”.

 

 

momento em que os passageiros pegam suas bagagens de mão e saem do avião em Madri

 

 

 

 

 

 

Maria Regina ainda revelou que havia um parente da mulher que morreu, no voo, e que ele não pareceu ter tido qualquer assistência especial da empresa aérea. “A gente achou que a tripulação fosse prestar um atendimento diferenciado pra ele, mas não foi o que aconteceu”.

A saga para chegar em casa

Após pousar em Madri às 13h do dia 14 de fevereiro, – o previsto era pousar em Paris às 14h – Regina conta que começou uma verdadeira saga para chegar em casa. O primeiro obstáculo foi a falta de assistência e de informação da Latam com os passageiros. Ela disse que demorou muito tempo para que eles liberassem as bagagens dos passageiros, e que só foram acomodados em um hotel às 18h.

“O descaso deles (Latam) com a gente, foi total. Claro que foi uma tragédia, mas eles estavam muito despreparados, desde o atendimento com ela. Ficamos o dia todo andando com fome e com sede procurando nossas malas. Ninguém informava nada, só falavam que não tinham voo para aquele dia. Tinha gente com criança pequena, nem para dar uma água. Eu fiquei exausta, meu pé já estava inchado! Imagina com criança? E ainda tivemos que pegar toda nossa bagagem e ficar andando pelo aeroporto com tudo”.

No dia seguinte, a empresária disse que os passageiros foram alocados em diversos voos. “Teve grupo de amigos e até casal que embarcou separado. Fiquei totalmente sem saber o que fazer porque meu marido ia me buscar no dia 14, e acabei chegando às 15h do dia 15 com três malas”.

Ela disse que apesar estar com três malas, conseguiu pegar um trem com destino a Bélgica e chegar às 20h40 na capital Bruxelas. Como Maria Regina mora em Arlon, há cerca de duas horas da capital, somente às 23h ela conseguiu entrar em casa. “Esse (voo) foi traumático. Parecia que tinha passado uma coisa em cima de mim”.

Latam

Em um trecho da nota divulgada no dia, a empresa aérea informou que “A Latam também esclarece que o atendimento médico a bordo de todos os voos é realizado de forma voluntária. Os tripulantes anunciam a emergência de saúde a todos os passageiros para que médicos voluntários possam se apresentar para esse atendimento. A empresa conta com kits médicos de primeiros socorros e com desfibriladores em todas as suas aeronaves, inclusive com mais itens do que exige a legislação de cada país onde a companhia opera”.

 

Lívia Louzada

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