Além do pão de forma, confira outros alimentos que podem afetar o teste do bafômetro

Detran-GO que viralizou nas redes sociais mostrando que a ingestão de algumas marcas de pão de forma pode acusar presença de álcool
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Foto: Andre Borges / Agência Brasília

Um vídeo do Detran-GO que viralizou nas redes sociais mostrando que a ingestão de algumas marcas de pão de forma pode acusar presença de álcool no bafômetro acendeu um alerta entre motoristas. Isso porque, além do pão, outros alimentos comuns também podem levar a resultados positivos no teste. Apesar disso, especialistas destacam que não há motivo de preocupação.

Baseado na testagem realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, duas fatias de pão de forma de determinadas marcas já são suficientes para que o etilômetro indique a presença de álcool no organismo. No vídeo que viralizou, uma pessoa come dois pães de forma, e o teste registra 0,12 mg de álcool por litro de ar alveolar.

Para efeito de comparação, no Brasil, valores acima de 0,04 mg/L já configuram infração, e a partir de 0,34 mg/L, o ato é considerado crime de trânsito.

Além do pão de forma, outros alimentos que podem indicar alcoolemia em testes de bafômetro incluem:

Frutas fermentadas: Frutas maduras que passaram por um processo natural de fermentação, como bananas muito maduras e maçãs.

Kefir: Uma bebida fermentada que contém pequenas quantidades de álcool.

Kombucha: Uma bebida probiótica feita a partir da fermentação do chá, que também pode conter álcool.

Vinagre: Especialmente vinagre de maçã e balsâmico, que têm traços de álcool devido ao processo de fermentação.

Extrato de baunilha: Utilizado em confeitaria e contendo álcool em sua composição.

Enxaguantes bucais e xaropes para tosse: Produtos de higiene e medicamentos que frequentemente contêm álcool e podem interferir nos resultados do bafômetro.

Segundo a Proteste, que analisou dez marcas de pão de forma, três delas continham uma quantidade que poderia levar motoristas a serem autuados. Para a doutora em ciências pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz e nutricionista, Maria Clara Pinheiro, o processo é natural. No entanto, o álcool deveria ter evaporado ainda na fábrica.

“Os alimentos naturalmente fermentáveis são kombucha, kefir, as próprias frutas que durante o processo de amadurecimento vão fermentando. Essa metabolização do açúcar pelas bactérias forma álcool, álcool etílico. Então isso é uma condição natural do processo de fermentação. E isso acontece no pão de forma também. O pão de forma, quando você junta farinha, fermento, você fermenta esta farinha e aí você tem a produção de álcool. Só que esse álcool é evaporado durante o processo de assar o pão. Então, quando o pão vai ao forno, esse álcool deveria ser todo evaporado”, afirma ela.

A nutricionista ressaltou ainda que, apesar de apresentar álcool, não é comum que este tipo de ingestão cause problemas ao motorista em blitz. No entanto, para ela, é importante que haja uma legislação mais clara sobre o aviso nas embalagens da possibilidade de o produto conter álcool, já que uma parcela da população não pode consumir a substância.

“Mesmo que seja naturalmente fermentado, e por isso apareça álcool, não existe álcool adicionado, é importante que o consumidor tenha cada vez mais informação e ele saiba disso para que ele possa se precaver. Tanto na questão da direção do teste do bafômetro, quanto em outras situações. Por exemplo, uma gestante, crianças, pessoas que não devem consumir álcool. Os primeiros testes que estão sendo feitos agora com pão para tentar identificar o tempo que fica no organismo, parece que em poucos minutos esse álcool já desaparece e não aparece mais no teste do bafômetro. Então, como a pessoa tem o direito a repetir o teste, pode ser que ela faça o teste, dê positivo, espere alguns minutos e já dê negativo e ela seja liberada”, explica.

O advogado especializado em Direito de Trânsito e Direito Digital Marcio Dias ressaltou que, apesar da possibilidade de identificação de álcool num teste de bafômetro, o motorista pode refazer o teste 15 minutos depois.

“Caso acuse qualquer tipo de medição, pode ser realizado uma contraprova 15 minutos depois. Normalmente é um procedimento adotado pela operação lei seca, apesar da lei não impor. Mas 15 minutos depois, com certeza não vai aparecer mais nada e ele vai seguir normalmente o seu caminho. O que não pode é a pessoa recusar alegando que comeu um pão que tinha na sua composição álcool, porque senão sofrerá uma multa de R$ 2.950, suspensão da carteira por 12 meses. Além disso, o veículo pode ser removido para depósito caso não seja apresentado o condutor habilitado”, afirma o advogado.

É importante ressaltar que medicamentos fitoterápicos também podem conter álcool e, dependendo da quantidade, pode acusar alcoolemia durante testes de bafômetro.

Fonte: cbn.globo.com

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