O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, assumiu o cargo nesta terça-feira (dia 3) com a promessa de repetir os feitos de sua primeira gestão no governo Lula: gerar empregos, dar aumento real ao salário mínimo e usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço como instrumento de investimento. Em entrevista exclusiva ao O GLOBO, ele adiantou que o governo pretende acabar com o saque-aniversário do FGTS, criado na gestão Bolsonaro.
Esta é uma opção de um recurso extra anual para 28,6 milhões de trabalhadores que aderiram à modalidade, segundo dados de dezembro de 2022, da Caixa Econômica Federal. Este contingente saca, em média, R$ 12 bilhões por ano — desde que foi criado, o saque-aniversário retirou quase R$ 34 bilhões do FGTS.
Segundo Marinho, o perigo estímulo ao saque em todos os aniversários, é que “quando o cidadão precisar dele (do FGTS), não tem”.
Marinho disse ainda que todas as mudanças que vai propor serão negociadas, inclusive com os empregadores.
“Não há razão para temor”, disse.
Ele defendeu, por exemplo, um cardápio de proteção social para trabalhadores de aplicativos, que escolherão o que querem, reconhecendo que muitos não querem estar regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O ministro também prometeu mudanças na reforma trabalhista. Segundo ele, no entanto, não será um “revogaço”.
“Quando se fala em “revogaço” significa restabelecer o que se tinha de volta. Isso não vai acontecer. O que vai acontecer é a construção gradativa de uma nova legislação do trabalho para valorizar a negociação coletiva e fortalecer os salários”.
Fonte: Jornal Extra
Foto: Cristiano Mariz