Onde o hidrogênio verde é produzido no Brasil?

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O hidrogênio verde foi apresentado como uma das opções de combustíveis limpos que podem ajudar a cuidar do meio ambiente, já que nenhuma molécula de dióxido de carbono é emitida em sua produção. Segundo os cientistas, sua capacidade energética é três vezes maior do que a da gasolina comum, ou seja, pode gerar uma eficiência muito maior e ainda ajudar reduzir a pegada de carbono na atmosfera.

O que poucas pessoas sabem é que, apesar de ainda estarmos no início dessa indústria, o Brasil pode ser um dos principais produtores de hidrogênio verde para o mundo. Além de produzi-lo para o uso interno, as empresas do setor também planejam exportar o combustível para outros países, como a Alemanha, que sofre com uma grande crise energética após o início da guerra entre a Rússia e Ucrânia.

Produção do hidrogênio verde no Brasil
O hidrogênio é um gás presente na água, no oxigênio e em outros elementos químicos essenciais para a vida na Terra. Além disso, ele também é utilizado como combustível, contudo, em muitos casos, pode não ser considerado uma fonte de energia limpa — a classificação correta para esse tipo de combustível é hidrogênio cinza.

Leia também: O que é o hidrogênio verde?
O grande diferencial do novo processo é que são utilizadas fontes de energias renováveis para a produção do hidrogênio verde, como energia solar, eólica, fotovoltaica, biogás, entre outros. Já o hidrogênio cinza é produzido a partir de processos que geram poluição para a atmosfera e perpetuam a destruição do meio ambiente.

A produção do hidrogênio verde é realizada por meio da eletrólise, um processo em que são utilizadas correntes elétricas para separar o hidrogênio do oxigênio na água — nesse caso, usando fontes de energias renováveis, que não deixam rastro de dióxido de carbono na atmosfera.

Como existem parques de energia eólica e solar no Nordeste do país, a maioria dos projetos para a produção do hidrogênio zero carbono no Brasil estão na região. Assim, o Ceará é o estado brasileiro que lidera a produção do hidrogênio verde, considerado um novo tipo de “commodity energética” para o mundo — a empresa Unigel também está construindo uma fábrica em Camaçari, na Bahia, que deve começar a produzir em meados de 2024.

Ao G1, o diretor-executivo da Unigel, Luiz Felipe Faustaino, diz que o interesse inicial é o foco no mercado brasileiro, contudo, a exportação também é uma ótima opção. A Alemanha, por exemplo, voltou a depender da indústria energética do carvão após o fechamento do gasoduto russo, e está bastante interessada em investir no setor do hidrogênio verde.

Como a produção do hidrogênio verde pode contribuir para a economia
O hidrogênio verde vem despertando o interesse de diversos países em todo o mundo, principalmente, daqueles que buscam reduzir a produção de dióxido de carbono na atmosfera. Como o Brasil tem boas condições de se tornar um grande produtor e já está a caminho disso, existem grandes possibilidades no mercado internacional e no próprio mercado interno.

“Dada a potência agrícola que é o país, há muita disponibilidade de biomassa de rejeito para produção de hidrogênio. O Brasil também tem locais onde é possível encontrar hidrogênio natural esperando para ser extraído. Países com menor disponibilidade de energia renovável visam importar hidrogênio renovável e de baixo carbono de países produtores, para descarbonizar suas matrizes. Novas iniciativas para estruturar esses negócios são frequentemente discutidas”, disse o superintendente executivo da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), Gabriel Lassery, em entrevista ao InfoMoney.

Em entrevista ao G1, o especialista Juliano Bonacin, da Unicamp, disse que o Brasil deve começar a produzir uma quantidade significativa de hidrogênio verde entre 2024 e 2026. Outros especialistas afirmam que deve demorar cerca de dez anos para o Brasil alavancar a produção do combustível renovável.

O estudo Green Hydrogen Opportunity in Brazil, realizado pela empresa de consultoria alemã Roland Berger, aponta que o Brasil pode se tornar o maior produtor de hidrogênio verde para o mercado internacional. O relatório também afirma que o combustível será a principal fonte de energia no planeta, contudo, para isso acontecer, o consumo global de hidrogênio deve aumentar para 527 milhões de toneladas por ano até 2050 — atualmente, são consumidos apenas 90 milhões de toneladas anualmente.

 

Crédito: techmundo.com

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