Polícia Civil prendeu e a Justiça soltou. Está em liberdade o homem acusado de ter atirado contra motoqueiros que faziam um “rolezinho’ no Centro de Rio Bonito, na madrugada do dia de Natal do ano passado. A prisão foi feita em cumprimento a um mandado de prisão, no dia 23, mas por conta de um habeas corpus, o acusado foi solto no dia 25, segundo a defesa. De acordo com o delegado titular da 119ª Delegacia de Polícia de Rio Bonito, Renato Perez, responsável pela investigação, “a ação desse elemento, além de errada, foi totalmente desproporcional ao outro delito (o ‘rolezinho’)”. O acusado nega as acusações.
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José Luiz Cardozo Antunes, que é filho do ex-prefeito de Rio Bonito, José Luiz Mandiocão, foi preso em casa no dia 23 e indiciado pelo crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado por 12 vezes – que seria a quantidade de disparos efetuados. A ação, que foi coordenada pelo delegado Renato Perez e chefiada pelo comissário Marco Antônio Carvalho, também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele.
Segundo o delegado, a arma de onde os disparos teriam sido feitos, não foi encontrada, mas foram apreendidas munições do mesmo calibre e outras dezenas de munições, uma espingarda calibre 12 e um revólver 38. O delegado revela ainda que durante as investigações, três pessoas o reconheceram, duas vítimas e uma testemunha. Ele conta como as investigações começaram e se desenvolveram.
“A investigação criminal se iniciou no Natal do ano passado por conta de um evento chamado ‘rolezinho’, que perturbou muitas pessoas. Ocorreram vários disparos de arma de fogo praticados por uma pessoa contra os participantes do ‘rolezinho’. Iniciamos a investigação para apurar o autor, porque um erro não justifica o outro, inclusive a reação foi totalmente desproporcional ao fato inicial. Começamos a buscar vítimas e testemunhas desse fato e com isso conseguimos apurar a autoria do evento. Fechamos a investigação, representamos junto ao Ministério Público e ao Judiciário pela prisão do autor dos disparos. Representamos também por vários mandados de busca e apreensão em locais para encontrar justamente armas, munições e provas do evento ocorrido para auxiliar a Justiça e o Ministério Público”, explica.
O delegado ainda alerta que apesar da prisão, o ‘rolezinho’ também é uma prática ilícita, e que a Delegacia continuará combatendo. “Assim como o prendemos, continuamos reprimindo o ‘rolezinho’. Não pensem que esse tipo de atividade, que também é um ilícito, não continuará sendo combatida, apenas a ação desse elemento, além de errada, foi totalmente desproporcional ao outro delito”, afirma.
Defesa
Um vídeo, que mostra o momento em que os disparos foram feitos contra um grupo de motociclistas que passava pela Praça Astério Alves de Mendonça, no Centro, viralizou nas redes sociais. Nele, é possível ver um homem de capacete, em cima de uma moto, parado e disparando contra os motoqueiros que passavam. Na época do fato, o nome do acusado foi apontado como autor dos tiros. Ele chegou a comparecer a delegacia e negou que tivesse sido ele.
A Folha entrevistou um dos advogados de defesa de José Luiz, Felipe Braga, que disse que o acusado se apresentou na delegacia na época em que seu nome foi apontado como autor para reforçar sua inocência. “Ele se apresentou, reforçou a inocência, colaborou com a Justiça e com a delegacia local”.
O advogado diz ainda que “o cliente nega as acusações e está ciente de todos os fatos aqui imputados contra ele. A defesa vem trabalhando para provar a inocência”. Sobre as armas apreendidas pela polícia, o advogado disse que José Luiz nega que sejam dele. “O cliente nega essas apreensões. Não foram encontradas na casa e sim em espaços que não tem ligação com as acusações”.
Já em relação as anotações criminais que o acusado teria, referente a Lei Maria da Penha, Braga disse que “pelo que tudo indica são fatos isolados de algumas ameaças, mas com falta de informação e conclusão das investigações. Ele também está ciente de todas, sem nenhum tipo de problemas futuros e também a defesa vem provando e conseguindo a inocência dele junto à Justiça de Rio Bonito”.
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Por Lívia Louzada