A Prefeitura do Rio prometeu multar quem não seguir as regras de restrição para o réveillon.
Quem for pego em aglomeração terá de pagar R$ 15 mil. Se estiver sem máscara, mais R$ 15 mil.
“As pessoas responsáveis serão infracionadas, e a multa é gravíssima”, pontou Flavio Graça, superintendente da Vigilância Sanitária.
“Alertamos que não promovam esse tipo de atividade”, emendou.
Regras rígidas
O município decidiu estender para toda a orla da cidade, do Leme ao Pontal, os bloqueios na noite do réveillon, de quinta (31) para sexta-feira (1º).
As medidas já previstas para Copacabana agora valerão para as praias da Zona Sul (a partir do Leme) e até o Recreio e foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial desta segunda-feira (28).
Na semana passada, o prefeito em exercício do Rio, vereador Jorge Felippe (DEM), já havia determinado o fechamento dos acessos a Copacabana, tradicional palco da tradicional festa da virada, que foi cancelada, e proibiu a queima de fogos e equipamentos de som na orla.
Resumo das proibições:
- Acesso à praia para quem não mora nos bairros (exceto pedestres)
- Estacionamento na orla e ruas do entorno
- Festas e equipamento de som na orla
- Queima de fogos
- Barraqueiros em pontos fixos
- Circulação de ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento
As medidas foram tomadas após o aumento do número de casos e mortes por Covid-19 nas últimas semanas no Rio de Janeiro. Já foram registradas quase 25 mil mortes pela doença no estado, mais da metade na capital.
Apenas veículos de moradores com comprovantes de residência, de hóspedes de hotéis com comprovante de reserva e de trabalhadores de estabelecimentos comerciais com crachá funcional vão poder passar pelos bloqueios, de acordo com a prefeitura.
Os quiosques podem funcionar, mas sem música, sem “cercadinho” e sem cobrança de ingresso. Ambulantes individuais com permissão vão poder trabalhar, mas barraqueiros estão proibidos das 20h de quarta-feira (30) às 6h de sexta (1º) (veja mais detalhes abaixo).
Também dentro desse pacote de restrições, o metrô anunciou nesta segunda-feira que no dia 31 as linhas vão parar de circular às 20h. É a primeira vez, desde 1998 — quando o metrô chegou a Copacabana —, que não haverá operação na virada.
Apelo à população
Durante entrevista coletiva com representantes da prefeitura para anunciar as medidas, na tarde desta segunda, Alexandre Cardeman, chefe-executivo no Centro de Operações Rio (COR), disse que as medidas foram decididas em memória e respeito aos mais de 190 mil mortos no Brasil.
“Precisamos dar um recado duro e direto para a população (…) O plano e o decreto são muito mais uma ferramenta para mitigar aglomerações e comemorações com grandes quantidades de pessoas. O que queremos passar nesse momento, independente das restrições criadas, é que depende muito de cada um de nós. Faça uma virada consciente e fique em casa.”
“Não há imagem melhor do que a orla vazia e a Praia de Copacabana sem ninguém para que possamos homenagear a todos que se foram (…) Quem insistir em deslocar sem necessidade poderá, sim, enfrentar transtornos e poderá ficar em situação de desconforto. Por isso, a recomendação é: fique em casa”, disse Cardeman.
Quem resistir às restrições poderá ser multado e os estabelecimentos podem ser fechados, segundo representantes da prefeitura.
Detalhamento das regras:
- A queima de fogos está proibida em toda a orla da cidade desde as 0h do dia 30 de dezembro até as 7h do dia 1º de janeiro. Nem mesmo a rede hoteleira poderá acionar fogos de artifício;
- Proibida a realização de festas privadas, shows ou qualquer evento ao longa da orla, pelos quiosques, seja na areia ou no calçadão, inclusive a colocação de cercadinhos; estabelecimentos que já têm alvará para eventos poderão realizar, seguindo as ‘regras de ouro’ da prefeitura;
- O uso de equipamentos de som será proibido em toda a extensão da orla a partir da 0h do dia 31 até as 6h do dia 1º, inclusive na faixa de areia, quiosques e calçadão;
- O trabalho dos ambulantes também será restrito. A permanência de barraqueiro em ponto fixo, tanto na areia da praia quanto no calçadão, fica proibida da 0h do dia 31 às 6h do dia 1º;
- Bloqueios viários nos acessos à orla, inclusive de veículos de entrega e de carga e descarga, entre 20h de quinta (31) e 3h do dia 1º; exceto veículos de moradores e hóspedes de hotéis, mediante comprovantes, e transporte de empregados de estabelecimentos da orla;
- Ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento não poderão entrar nos acessos à orla a partir das 20h do dia 31 até as 3h do dia 1º;
- Táxi só entra com passageiro com comprovante de morador, hóspede ou trabalhador;
- Estacionamento proibido em toda a extensão da orla, exceto moradores ou hóspedes de hotéis, com comprovantes.
Bloqueios
As vias de acesso à orla serão fechados do Leme, na Zona Sul, ao Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Os acessos às praias do Flamengo e de Botafogo permanecerão abertos, mas as restrições de operação são as mesmas do restante da orla, assim como em pontos tradicionais de aglomeração na Zona Norte – não foram indicados os locais pela prefeitura.
Serão 23 pontos de bloqueio no acesso a Copacabana, 18 pontos em Ipanema e Leblon e 13 bloqueios na Barra e no Recreio.
O Ano Novo também vai ser marcado por restrições em Angra dos Reis, na região da Costa Verde. Na manhã desta segunda, funcionários do setor de turismo fecharam uma das pistas da BR-101 e o trevo de acesso à cidade.
O grupo é contra o decreto da prefeitura que proíbe a entrada de pessoas que vem a Angra apenas pra passar o dia. Quem reservou hotel ou casa na cidade só pode entrar depois de apresentar algum comprovante da reserva.