Como vivem as mulheres brasileiras na Arábia Saudita, país para onde se mudou namorada de Neymar

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Com a transferência do jogador Neymar Jr. para o time saudita Al-Hilal, a namorada do jogador Bruna Biancardi contou, nos últimos dias, algumas curiosidades sobre os costumes na Arábia Saudita, nação islâmica especialmente conhecida no Ocidente pelo conservadorismo nos costumes em relação às mulheres.

Grávida de Neymar, a influenciadora compartilhou suas primeiras impressões sobre a Arábia Saudita, elogiou a nação e revelou dificuldades com a vestimenta.

O g1 entrevistou mulheres brasileiras que trabalham e moram na Arábia Saudita. As brasileiras compartilharam algumas curiosidades sobre o modo de vida e os costumes:

  • as estrangeiras são orientadas a se vestir de maneira modesta, cobrindo os ombros e joelhos. Até 2019, todas as mulheres eram obrigadas a vestir a abaya – uma túnica que cobre todo o corpo, deixando apenas o rosto à mostra;
  • nos condomínios de maioria expatriada, é liberado o uso de biquínis na área das piscinas;
  • os costumes podem ser mais ou menos flexíveis de acordo com o tamanho da cidade e a quantidade de estrangeiros
  • o consumo de bebida alcoólica é terminantemente proibido, a regra vale para homens e mulheres;
  • homens e mulheres não podem morar juntos sem serem casados. Esta é a situação de Neymar e Bruna Biancardi;
  • mulheres sauditas podem andar sozinhas e interagem com os homens nos postos de trabalho. As academias são totalmente separadas por gênero;
  • expatriados precisam de visto para sair do país, sejam homens ou mulheres. A documentação é concedida pelo empregador

Proibidas de dirigir até 2018, a maioria das mulheres sauditas ainda prefere andar de motorista. Os carros por aplicativo são considerados seguros.

Pijama por baixo da abaya

Viviane Nascimento, de 37 anos, chegou à capital Riad em 2017, acompanhando o marido a trabalho, dois anos antes da Arábia Saudita deixar de exigir o uso da abaya para mulheres estrangeiras. Exceto quando participa de maratonas pelas ruas de Riad, ela conta que ainda prefere andar com o cabelo coberto por considerar mais prático. “É muito calor e o cabelo fica lotado de frizz. Então pensei: ‘Quer saber? Cobre o cabelo que tá resolvido’”

A saída, no entanto, já rendeu a Viviane algumas saias justas. Segundo ela, as sauditas se vestem de maneira elegante por baixo dos trajes islâmicos.

“Uma vez fui visitar a vizinha do meu marido, que morava em uma outra cidade. Entre as mulheres, a gente não precisa se cobrir. Achei que o marido dela estava lá e fui toda coberta e de pijama por baixo. Quando cheguei lá, só tinha mulher e elas insistiram para eu tirar a abaya. Fiquei com muita vergonha. Todo mundo bem arrumado e eu de pijama”, relembra.

Viviane diz ainda que é raro ouvir falar em casos de abuso e violência contra as mulheres sauditas. nível de restrição varia de acordo com a família, mas a brasileira considera que a maioria das sauditas é protegida pela classe social.

Trabalho doméstico

A curitibana Camylla Jacques, 42 anos, trabalha como governanta na casa da família de um empresário de telecomunicações em Riade, capital da Arábia Saudita. Sob sua coordenação, estão 21 funcionários – entre motoristas, mordomos e faxineiros de diversas nacionalidades.

Há diferentes cômodos para que homens e mulheres recebam visitas, assim como os criados também são separados por gênero nessas ocasiões.

“Elas [as mulheres sauditas] até gostam que a gente trabalhe para elas sem falar árabe porque elas têm total liberdade de falar com os amigos e os maridos.”

A carga horária é de 12 horas por dia, em seis dias por semana. Para trabalhar na Arábia Saudita é preciso que o empregador patrocine o visto de trabalho.

“O controle que eles têm sob os expatriados é muito alto e isso deixa as relações de trabalho muito rígidas”, conta. “A embaixada não ajuda muito. É meramente comercial. Não existe atendimento jurídico para os brasileiros que moram na Arábia. Essa é uma queixa muito grande.”

Mudanças nos costumes

Os estrangeiros que têm condições de viver em condomínios de maioria expatriada levam uma rotina semelhante aos costumes do Ocidente. As habitações foram criadas como uma forma de levar mão de obra qualificada, mas agora permitem a convivência com sauditas.

“Em oito anos, vi muita coisa mudar”, conta Gabriela, que foi uma das primeiras brasileiras a tirar carteira de motorista assim que a restrição caiu em 2018. “Na mídia, estão incentivando muito as conquistas de mulheres.”

Gabriela também conta que tem se tornado cada vez mais comum ver mulheres sauditas em postos de trabalho como pesquisadoras químicas, engenheiras e atendentes em lojas.

O investimento bilionário no esporte, que passa pela transferência de Neymar Jr. e outras estrelas do futebol para os clubes sauditas é criticado como “lavagem esportiva” – estratégia do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman para mostrar uma Arábia Saudita menos dependente do petróleo, com uma economia mais diversificada.

Crédito: g1.globo.com

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