Prefeitura de São Gonçalo decreta situação de emergência após temporal; ‘Nós somos esquecidos aqui’, diz moradora

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A Prefeitura de São Gonçalo decretou situação de emergência nesta terça-feira (14) após as fortes chuvas que atingiram a cidade da Região Metropolitana do Rio. Só na segunda-feira (13), o índice pluviométrico — que mede o volume de chuva num determinado local e período — chegou a 200mm.

Houve deslizamentos de encostas, alagamentos e dezenas de pessoas ficaram desabrigadas. Uma mulher morreu, e três pessoas de uma mesma família desapareceram após desabamentos (veja mais informações abaixo). No bairro Zé garoto, o pronto-socorro ficou alagado. A água desceu pelo ar-condicionado e molhou macas. No Barro Vermelho, a correnteza foi tão forte que carregou um trailer de lanches.

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial e autoriza a mobilização de todos os órgãos municipais, sob coordenação da Defesa Civil, a atuarem “nas ações de resposta ao cenário de desastre”. O objetivo, segundo a prefeitura, é garantir rapidez nas medidas. A situação de emergência terá duração inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada.

Uma força-tarefa foi criada para atuar na limpeza e remoção de lama, lixo e entulho, além de dar assistência às vítimas e desabrigados ou desalojados.

“Foi muita água, tava um caos. Nós saímos daqui e ficamos na casa da vizinha e todos os vizinhos estavam uns ajudando os outros para retirar muitas pessoas. Foi um caos”, disse uma moradora do bairro Engenho Pequeno.

A região do Coió, no bairro Lindo Parque, é outra que foi bastante afetada pelo temporal. As enchentes levaram móveis, eletrodomésticos e roupas de moradores. Famílias que vivem à beira de um rio foram as mais afetadas. Vários carros também foram arrastados pela correnteza.

“Num piscar de olhos [vi o rio encher]. Eu fui parar na laje da vizinha. Se não fosse a laje dela, eu tinha morrido. Não tinha o que fazer, era só deixar a água levar a gente. Por pouco, conseguimos sair eu, meu cunhado, minha irmã e minha noiva. Senão, a gente teria morrido lá dentro”, diz a moradora Milene.

“Ninguém quer saber. Saímos depois que a água baixou, pelo bombeiro, tirando a gente lá de cima. O muro caiu, a minha casa não tem como entrar, tá tudo entulhado na porta. E eu não sei nem o que vou recuperar”, completou.

Nesta manhã, moradores tentatavam recuperar objetos e documentos.

No fim da manhã, moradores fizeram um protesto pedindo ajuda da prefeitura. Eles chegaram a fechar a Avenida de Humberto de Alencar Castelo Branco e colocaram móveis e eletrodomésticos na via.

“Perdi tudo. Moro aqui dentro do Coió e não entra ninguém lá dentro pra poder ajudar a gente. Estamos sem água, a gente tá precisando de ajuda. Nós somos esquecidos aqui. (…) Ninguém ajuda a gente. Somos nós um ajudando o outro. A gente só queria que as pessoas tivessem pena da gente. Pelo amor de Deus, nós somos filhos de Deus”, disse a moradora Eliane.

“Custa vir aqui e dar um apoio moral pra gente? Todo mundo sem água, todo mundo sem as coisas. Mas ninguém vem aqui fazer nada pela gente. Nós somos esquecidos aqui. Eu tô chorando, mas não é pra ninguém ficar com pena de mim não. É porque todo mundo tá precisando de ajuda. Todo mundo mora na encosta. A gente mora aqui porque a gente precisa. (….) Na hora da eleição aparecem vários políticos. Cadê alguém aqui agora pra ajudar?”, desabafou.

Crédito: g1

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