Em discurso no encerramento do 9º Congresso da Força Sindical, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou mais clara a intenção de disputar a Presidência da República em 2022, algo que ele vem evitando nominalmente afirmar.
Durante sua fala de 55 minutos no palco do sindicato, o petista focou na pauta trabalhista, defendeu carteira assinada para entregadores de aplicativo, criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia e a condução econômica sob Paulo Guedes.
— Eu estou me dispondo, depois de longas conversas com vocês (companheiros do sindicato), a voltar a ser candidato. Porque só tem uma razão para eu voltar, que é fazer mais do que eu fiz nos meus dois mandatos — afirmou.
Lula comentou a posição de Bolsonaro sobre o passaporte vacinal e citou que, durante sua viagem à Europa no mês passado, os países exigiram teste de detecção do coronavírus e apresentação do cartão de vacina. Na terça-feira, o presidente criticou a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de exigir a apresentação de um comprovante de imunização para quem quiser entrar no país.
— Ele (Bolsonaro) precisa criar responsabilidade e permitir que as pessoas sejam obrigadas a apresentar o teste de vacinação, para proteger a sociedade brasileira. Afinal de contas, surgiu um vírus novo, que a gente não sabe a magnitude desse vírus — declarou Lula.
O ex-presidente colocou no alvo das críticas os “banqueiros da Faria Lima” e os empresários, “que não aceitam inclusão social”. Também comparou os números da economia durante sua gestão, entre 2003 e 2010, com a situação atual, sob Bolsonaro, sem citar o período Dilma Rousseff.
Após o discurso, a Força Sindical anunciou a recondução de Miguel Torres na presidência após eleição interna.
Cenário eleitoral
O quadro das intenções de voto para a presidência nas eleições de 2022 continua favorável aLula, segundo nova pesquisa da Genial/Quaest, empresa de inteligência de dados que faz análise de redes sociais e pesquisas de opinião pública. O petista lidera em todos os cenários, com variação entre 46% e 48%, dependendo do cenário.
Já Bolsonaro permanece em segundo lugar (23% a 27%), mas é derrotado em qualquer situação de segundo turno. Porém, após quedas sucessivas de popularidade, Bolsonaro recuperou pontos na disputa presidencial. O ex-juiz da Lava-Jato e ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos) se consolida na terceira colocação (10% a 11%), se descolando de Ciro Gomes (PDT), que varia entre 5% e 8%.
Crédito: extra.globo.com