Com aval dos EUA, Bolsonaro deve formalizar indicação de Eduardo para embaixada americana

às

Os Estados Unidos formalizaram o aval para indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho de Jair Bolsonaro, para ser o embaixador do Brasil em Washington. Na manhã desta sexta-feira (9), o presidente Bolsonaro indicou que deve enviar o nome de Eduardo ao Congresso no início da semana que vem. “Pode ser segunda, terça”, disse.

Em nota, Eduardo Bolsonaro declarou que a formalização pelos EUA é “motivo de orgulho”, e que o gesto confirma “o apoio e a confiança já expressas” por Donald Trump (veja mais abaixo) na capacidade do deputado de “ser um representante do Brasil à altura do desafio de construir uma nova relação bilateral”.

Antes de assumir o posto, o deputado precisa passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores. Ao fim da sabatina, o colegiado submete a indicação à votação secreta. Independente da aprovação ou rejeição nessa comissão, o plenário do Senado precisa referendar o resultado, também em voto secreto com maioria simples.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante viagem aos Estados Unidos em novembro do ano passado — Foto: Paola de Orte/Agência Brasil O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e Eduardo Bolsonaro se encontraram por 40 minutos no Palácio Itamaraty, sede do ministério em Brasília.

Trump elogiou Eduardo

Normalmente, o “agrément”, como é chamado esse processo de consulta, é feito de maneira sigilosa para evitar constrangimento no caso de o país que vai receber o embaixador rejeitar o nome indicado.

Porém, Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trataram do assunto publicamente. O chefe de estado brasileiro anunciou sua intenção de indicar o filho quando ele completou 35 anos – condição para assumir o posto.

Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo — Foto: Arthur Max/Itamaraty

No fim de julho, Trump já tinha elogiado a escolha de Eduardo para a representação diplomática. “Conheço o filho dele [Jair Bolsonaro], e eu considero que o filho dele é extraordinário, um jovem brilhante, incrível, estou muito feliz pela indicação”, disse Trump.

Na avaliação de Trump, a indicação não configuraria nepotismo. “Não, eu não acho que é nepotismo porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário, ele realmente é”, afirmou.

Trump nomeou a filha Ivanka como assessora especial do governo e o marido dela, Jared Kushner, como conselheiro sênior. Como funcionários de alto escalão da Casa Branca, filha e genro do presidente não estão na folha de pagamento. Assim, escapam da lei antinepotismo que vigora desde 1967.

Em imagem de arquivo, Donald Trump fala a repórteres sobre possível indicação de Eduardo Bolsonaro — Foto: Leah Millis/Reuters
Em imagem de arquivo, Donald Trump fala a repórteres sobre possível indicação de Eduardo Bolsonaro — Foto: Leah Millis/Reuters

Importância da embaixada em Washington

O posto de embaixador brasileiro em Washington está vago desde abril, quando Ernesto Araújo decidiu transferir o então embaixador Sergio Amaral para o escritório de representação do Itamaraty em São Paulo.

A nomeação de Eduardo Bolsonaro quebraria uma tradição do Itamaraty em selecionar somente diplomatas com longa experiência para a função. O poder econômico norte-americano e o tamanho da comunidade brasileira nos EUA tornam o cargo um dos mais visados pelos diplomatas de carreira.

Os Estados Unidos têm a maior economia do mundo, constituem uma das principais lideranças militares e econômicas mundiais. Até poucos anos atrás, os EUA representavam o maior parceiro comercial do Brasil. Atualmente, a China detém esse posto.

Quanto à comunidade brasileira, estima-se que mais de 1 milhão de brasileiros vivam nos Estados Unidos. As representações brasileiras no país prestam serviços como emissão de passaportes, atendimento a emergências envolvendo cidadãos nacionais e até o envio de funcionários para visitas a presos – sem intermediar diretamente, entretanto, a relação do brasileiro com a Justiça local.

Parte desses brasileiros reside nos EUA de maneira clandestina, sem visto ou com o documento expirado. Cumprindo suas promessas de campanha, Trump endureceu a política migratória e, recentemente, as autoridades norte-americanas iniciaram operações para deter estrangeiros em situação irregular.

Fonte: G1

Veja também

Esta será a primeira vez que a competição será disputada na América do Sul.
às
Carlos Edmilson da Silva saiu nesta quinta-feira (16) de prisão em Itaí.
às

Deixe aqui sua opinião

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Últimas Notícias