Vizinhos de casa em Guaratiba se surpreenderam com condição da família mantida em cárcere: ‘Chorei quando a vi saindo’

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Vizinhos da casa em Guaratiba onde uma família foi resgatada do cárcere na manhã de quinta-feira (28) contam que achavam o local estranho, mas não tinham certeza do que se passava lá dentro.

Quando a Polícia Militar chegou, todos que vivem na área ficaram em choque. Uma mulher disse que se surpreendeu com a aparência da filha do casal.

“Chorei quando eu a vi saindo. Você olhava e dava uns 8 anos para ela”, disse a mulher, que não quis ser identificada.

Eles relatam também o choque com a aparência de fraqueza da mulher. Muitas pessoas nem sequer sabiam que havia uma família dentro do imóvel. Alguns achavam que a casa estava abandonada. Outros pensavam que o homem achado e preso no local vivia sozinho.

“Eu nunca os vi e moro por aqui há mais de dez anos”, disse um morador.

Preso após uma denúncia anônima, Luiz Antonio Santos Silva vai responder por sequestro ou cárcere privado; vias de fato; maus-tratos e tortura.

Os moradores contam que a família vivia de doações, mas só o dono da casa as recebia. A mulher não podia abrir a porta.

“Às vezes ele recebia, mas quando ele não estava não conseguiam entregar”, disse outro morador sem se identificar.

Em depoimento à polícia, a mãe mantida trancada com os filhos contou que os três sofriam violência física e psicológica de forma permanente e que chegavam a ficar três dias sem comer.

Detalhes levantaram suspeitas

As suspeitas de que a família vivia presa vieram de pequenos detalhes.

“Numa brecha do portão, a mulher colocou os olhos na fresta da porta e pediu comida”, contou um morador.

Outro conta que conseguiu ver os filhos do casal, também pela pequena abertura da porta.

Uma mulher disse que os próprios funcionários do Samu, chamados para prestar atendimento médico aos três resgatados, se surpreenderam com a situação.

Som alto e playlist eclética para abafar gritos

Moradores contaram que o som alto incomodava toda a vizinhança.

“A gente sabia que tinha uma família, que colocava o som alto, mas a gente não sabia a gravidade disso. Eu estou chocada, passada”, contou a doméstica Isabel Souza.

“O som era alto pra caramba. Ele era nervoso, estranho”, contou o barbeiro André Santos.

O homem preso era conhecido como DJ por conta da música alta, usada para abafar os gritos da família.

A playlist, segundo os moradores, era eclética e variada, mas havia uma peculiaridade: a última música era sempre um louvor.

Denúncias não deram em nada

Vários moradores contam que já chegaram a ver trabalhadores da área da saúde falando com o homem pela porta do imóvel, mas nunca entrando.

Porém, eles contam que, pelo menos há dois anos, chegaram a denunciar para uma viatura e os policiais foram ao local, mas nada aconteceu.

O caso é investigado pela 43ª DP (Guaratiba).

 

Crédito: g1

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